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Thereza Liberman Kipnis (*1938 †2008)

Mara Silvia Carvalhaes

Professora de Imunologia da Universidade Federal de Goiás

DOI: 10.1590/S0037-86822008000500024


A Sociedade Científica Brasileira e a Sociedade Brasileira de Imunologia perdeu um de seus mais entusiastas e dedicados membros, com o falecimento de Thereza Liberman Kipnis, em 28 de setembro próximo passado, aos 69 anos de idade. Nascida em Poços de Caldas, Minas Gerais, formou-se em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP). Fez especialização em Curso da Organização Panamericana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) de treinamento em Imunologia, sob orientação do Prof. Otto Guilherme Bier em 1969, e em Imunologia pela World Health Organization(WHO), Suíça em 1972, contando com orientação do Prof. David Rowe. Tornou-se Doutora pela USP em 1973, sob orientação do Prof. Ivan Mota e Albuquerque. De 1978 a 1992, fez diversos pós-doutorados em Harvard, National Institutes of Health (NIH) e Instituto Pasteur de Paris. Primeiramente foi contratada como Docente pela Faculdade de Medicina da USP, fez sua Livre Docência em 1985, já como Docente do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) daquela Universidade, onde ajudou a criar o Departamento de Imunologia, onde trabalhou até 1995.

Sempre curiosa, encantou-se com os trabalhos de Nelson Vaz sobre os genes de imune resposta, e com a vinda de camundongos isogênicos para o Brasil, facilitada pelo Prof. Silvio Thales Torres da Universidade Federal Fluminense (UFF), com quem conseguiu alguns casais, iniciou um biotério de camundongos em São Paulo. Anos depois, concretizou um de seus sonhos, que foi a criação do Biotério de Isogênicos do ICB da USP.

Em 1995, tornou-se Professora Titular na Universidade Estadual do Norte Fluninense (UENF), onde atuou como Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, e fundou, juntamente com Prof. Wilmar Dias da Silva o Laboratório de Biologia do Reconhecer.

Nenhum de nós jamais a esquecerá, pela vivência no dia a dia, e por suas virtudes. Inteligente, astuta, ética, e com enorme capacidade de argumentar de forma muitas vezes vigorosa e contundente. Como amiga, sempre leal, caridosa e bondosa, nunca nos desamparou. Para nós, assim como para sua família, foi amiga, mãe e avó fervorosa. Para Wilmar, sem dúvida, além de tudo isso, uma grande esposa e companheira – uma dádiva divina.

Thereza faleceu em plena atividade profissional, e sua partida deixa entre seus amigos um grande sentimento de perda e muitas saudades.