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Multirresistência a antimicrobianos mediada por plasmídios R em cepas de Shigella flexneri isoladas no nordeste do Brasil

José Júlio C. Sidrim, José Luciano B. Moreira, Germana C. Paixão, Sérgio B. Lima, Renato Evandro M. Filho, Marcos Fábio G. Rocha e Aldo Ângelo M. Lima

Departamentos de Patologia e Medicina Legal e de Fisiologia e Farmacologia, Unidade de Pesquisas Clínicas do Hospital Universitário Walter Cantídio. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil. Órgão financiador: FUNCAP e CAPES.

DOI: 10.1590/S0037-86821998000300003


Resumo Em amostras de S. flexneri, isoladas no período de 1989 a 1993, foi estudado o mecanismo molecular que mediava a multirresistência. Foram utilizadas no estudo 26 amostras de S. flexneri. Estas amostras foram submetidas a teste de sensibilidade a antimicrobianos, experimentos de conjugação e extração de plasmídios. Com relação ao padrão de resistência a antimicrobianos, observou-se que todas as amostras de S. flexneri eram resistentes a pelo menos três antimicrobianos. Das 26 amostras de S. flexneri doadoras submetidas ao processo de conjugação, 34,6% (9 amostras) resultaram em uma freqüência variável de transconjugantes. Das amostras que conjugaram, 100% transferiram o fator de resistência relacionado à ampicilina; sendo que em todas as transconjugantes foi evidenciado apenas um plasmídio de 23,1Kb. Este plasmídio, encontrado em todas as amostras de Shigellas, caracterizou-se como o portador de marca de resistência para ampicilina.
Palavras-chaves: Multirresistência. Plasmídio. Shigella. Epidemiologia.

Abstract In Shigella strains were studied the molecular mechanism that mediated the multiply antibiotic-resistance. Twenty-six strains of Shigella flexneri were utilised in this investigation. These strains were submitted to disk diffusion test, mating experiments and plasmid isolation. In relation to antibiotics resistance standard it was observed that all Shigella flexneri strains were resistant to at least, three antibiotics tested. From twenty-six Shigella flexneri strains donors submitted to conjugation process, 34.6% (nine strains) resulted in variable frequency of transconjugants. From strains that conjugated, 100 %, transferred the resistance factor acquainted with ampicillin. Being that, in all transconjugants which were observed, just one plasmid with 23.1Kb was evidenced. This plasmid found in all strains was characterised as the causer of resistance to ampicillin.
Key-words: Multiply antibiotic-resistance. Plasmid. Shigella. Epidemiology.

Disenterias causadas por Shigella constituem um importante problema de saúde em países industrializados e em desenvolvimento4 7. Apesar de a shigelose ser usualmente autolimitada, a antibioticoterapia efetiva nessa enfermidade reduz a duração e a gravidade da disenteria, podendo diminuir os índices de morbidade e mortalidade5 18 19.

Em nosso meio, nos anos oitenta, a terapêutica preconizada para o tratamento das shigeloses era à base de ampicilina; por volta do final desta década e início dos anos noventa, observou-se um aumento significativo de amostras de S. flexneri resistentes a este antimicrobiano8.

Diante deste fato e reconhecendo-se, como em outras partes do mundo, que a resistência a antimicrobianos é mais freqüentemente mediada por plasmídios R, resolveu-se estudar os mesmos em amostras de S. flexneri estocadas, por cinco anos, na bacterioteca da Unidade de Pesquisas Clínicas da Universidade Federal do Ceará.

MATERIAL E MÉTODOS

Amostras bacteriana. Foram inicialmente investigadas 38 amostras de S. flexneri que tinham sido isoladas, no período de 10/89 a 02/93, pela Unidade de Pesquisas Clínicas. Tais amostras eram provenientes de materiais clínicos (fezes) de pacientes com diarréia, conforme publicação anterior8, que foram monitorados em três localidades diferentes: 21 destas amostras eram provenientes da comunidade Gonçalves Dias, 6 do Hospital Universitário Walter Cantídio e 11 do Hospital Infantil Albert Sabin. Alguns critérios foram utilizados na pré-seleção das amostras a serem empregadas, tais como características bioquímicas, sorológicas e padrão de resistência a drogas antimicrobianas. Ao final, foram selecionadas 26 amostras de S. flexneri resistentes a ampicilina.

Foi utilizada como receptora padrão, em experimentos de conjugação, uma amostra derivada de E. coli K12, denominada de E. coli 711-ANR (ou E-711). Esta cepa bacteriana, originalmente albergando um plasmídio R, que mediava resistência para ampicilina3 passou por um processo de cura para perder este réplicon, de acordo com a metodologia pré estabelecida5 12.

Determinação do padrão de resistência a drogas antimicrobiana. Em uma determinação inicial dos padrões de resistência a drogas, as amostras bacterianas estudadas neste trabalho foram submetidas ao teste de sensibilidade a antimicrobianos (TSA), pelo método de Kirby e Bauer2, que corresponde à padronização estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Todas as transconjugantes obtidas nos experimentos de conjugação simples foram submetidas ao TSA, segundo a mesma metodologia.

A determinação do nível de resistência de cada amostra do presente estudo, frente à ampicilina e ao ácido nalidíxico, foi realizada empregando-se o método de diluição em placa3. As concentrações finais obtidas nas placas foram de 1, 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200, 500 e 1000µg/ml.

Transferência de plasmídios por conjugação. A conjugação de cada amostra doadora com a receptora seguiu a metodologia descrita por Mitsuhashi e cols10, onde as amostras doadoras e as receptoras eram cultivadas separadamente em meio líquido (BHI), e após 18 horas, misturavam-se os dois caldos de cultura, reincubava-se então esta mistura bacteriana por 24 horas e selecionavam-se os transconjugantes com o auxílio de antimicrobianos adicionados ao ágar Muller-Hinton, com concentração previamente estabelecida10.

Extração e análise eletroforética de plasmídio. Este ensaio foi utilizado para verificação do conteúdo plasmidial das amostras bacterianas estudadas, bem como para a determinação do peso molecular aproximado dos plasmídios encontrados em tais amostras.

A extração do DNA plasmidial foi feita através de uma série de etapas que envolveram o crescimento das amostras, a lise bacteriana e o tratamento com substâncias que separam o DNA plasmidial dos outros constituintes celulares, sendo estes tratamentos intercalados por centrifugações que permitiam o isolamento progressivo do DNA, com relação aos outros tipos de moléculas11 20. Numa primeira etapa, foram feitas extrações de todas as amostras previamente selecionadas como doadoras, bem como da receptora. Numa segunda etapa, foram feitas extrações das amostras que foram capazes de transferir o(s) plasmídio(s) e dos seus respectivos transconjugantes.

As 26 amostras de S. flexneri, a E. coli ANRAPS e as transconjugantes obtidas neste trabalho foram analisadas quanto ao seu conteúdo de DNA plasmidial sob eletroforese em gel de agarose, através do qual foram determinados os pesos moleculares aproximados dos plasmídios de todas amostras deste trabalho, incluindo das transconjugantes. Para tanto, os lisados de tais bactérias foram submetidos à eletroforese em gel de agarose. Com base nas medidas de migração de cada plasmídio, tomadas em fotografia de cada gel, foram construídos gráficos de migração relativa dos plasmídios em estudo, frente aos fragmentos do DNA do fago l digerido com endonuclease de restrição (Hind III). Estes fragmentos possuíam, respectivamente, os seguintes pesos moleculares: 23,1; 9,4; 6,5; 4,3; 2,3 e 2Kb. Os gráficos para análise dos pesos moleculares dos plasmídios foram construídos em papel Log x Log, conforme descrito por Meyers e cols9.

RESULTADOS

Padrão de resistência a drogas das amostras de S. flexneri, isoladas no período 1989-1993. As amostras de S. flexneri, quando submetidas ao teste de sensibilidade a antimicrobianos, exibiram padrão de resistência variado. Todas as 26 amostras de S. flexneri mostraram-se resistentes à associação dos antimicrobianos sulfametoxazol + trimetoprima à ampicilina e à tetraciclina; 23 (88,4%) à carbenicilina e ampicilina + ácido clavulânico; 22 (84,6%) ao cloranfenicol; 3 (11,5%) à tobramicina; 2 (7,6%) à gentamicina e 1 (3,8%) resistente à ceftriaxona, cefalotina, cefuroxima e netilmicina. Já com relação ao ácido nalidíxico, aztreonam, ciprofloxacina, ceftazidima, cefoxitina, cefotaxima, imipenem e amicacina, não foi verificada resistência por parte das amostras testadas. As 26 amostras de S. flexneri, quanto ao padrão de resistência a drogas, estão discriminadas nas Figuras 1 e 2.

Nível de resistência a drogas das amostras de S. flexneri, isoladas no período 1989-1993, e da E. coli 711 ANRAPS.Levando-se em consideração os resultados dos antibiogramas, selecionou-se, para estudo do mecanismo de resistência, a ampicilina como droga padrão no estudo da resistência bacteriana aos b-lactâmicos. Foi determinado o nível de resistência de cada amostra de Shigella frente a esta droga. Foram, portanto, estudadas apenas as amostras sensíveis à ampicilina, num total de 26.

A amostra receptora (E. coli 711 ANR APS), conforme era esperado, apresentou sensibilidade à ampicilina, após o processo de cura, não crescendo em níveis iguais ou superiores a 5µg/ml desta droga. Em contrapartida, seu nível de resistência ao ácido nalidíxico mostrou-se elevado, alcançando valor superior a 1000µg/ml.

Com relação ao ácido nalidíxico, as amostras de Shigellas apresentaram níveis de resistência, variando de 2µg/ml a 5µg/ml.

Transferência de plasmídios R de S. flexneri para E. coli 711 ANR APS por conjugação. As amostras recombinantes, obtidas pelo processo de conjugação entre S. flexneri e E. coli 711 ANAPS, foram denominadas de Tc mais o número da Shigella da qual o plasmídio era proveniente. Todos os plasmídios conjugativos apresentaram marcas de resistência, sendo que 9 (100%) amostras mostraram-se resistentes à ampicilina; 8 (88,8%) à carbenicilina, tetraciclina e ampicilina com o ácido clavulânico; 7 (77,7%) ao sulfametoxazol + trimetoprim, 3 (33,3%) ao cloranfenicol e apenas 1 (11,1%) à tobramicina. Estes resultados, com as características de resistência aos antimicrobianos, estão expressos na Figura 3.

Eletroforese dos plasmídios das amostras de S. flexneri e da E. coli 711 ANR APS. Foram demonstrados plasmídios em todas as amostras de S. flexneri estudadas por eletroforese em gel de agarose. Nas amostras S-5, S-8, S-10, S-15, S-18, S-19, S-20, S-22, S-23, S-24 e S-26 foi demonstrado apenas um elemento extracromossômico em cada uma delas; nas demais foram encontrados de dois a seis plasmídios. Já na amostra receptora E. coli 711 ANR APS, não foi observado elemento extracromossômico.

Eletroforese dos plasmídios das amostras transconjugantes. Das 26 amostras de S. flexneri, 9 originaram transconjugantes, sendo observada a transferência de apenas um plasmídio conjugativo por amostra, exceto para a amostra Tc-06, que apresentou dois plasmídios conjugativos. A análise de plasmídio das transconjugantes pode ser observada na Figura 4.

 

DISCUSSÃO

Das vinte seis amostras utilizadas, 100% apresentaram resistência para apenas três drogas; 23,0% para cinco drogas; 57,6% para seis drogas; 3,8% para sete drogas e 11,5% para oito drogas. Estando, assim, estes resultados compatíveis com achados de vários trabalhos da literatura, nos quais observou-se um aumento significativo no isolamento de amostras de S. flexneri multirresistentes14 15 16 17 22 24.

Os resultados obtidos podem explicar alguns achados sobre a ocorrência de determinados tipos de enterobactérias resistentes a drogas encontradas em condições naturais. Toledo e cols23, pesquisando fatores R em amostras de Shigella, verificaram que a resistência a três ou mais drogas era quase sempre decorrente da presença de fatores R nestas bactérias. Sabe-se, por outro lado, que os fatores R não determinam resistência ao ácido nalidíxico, sendo raro o encontro de mutantes resistentes a esta droga18 21. Além disso, é extremamente raro encontrar-se resistência por mutação à sulfonamidas + trimetoprima, ampicilina, tetraciclina, carbenicilina, cloranfenicol e tobramicina em enterobactérias, sendo ainda achado comum que a resistência múltipla é, na maioria das vezes, mediada por fatores R6 13.

Observamos que todas as amostras de S. flexneri são portadoras de pelo menos um plasmídio, e que as amostras conjugativas apresentaram de 1 a 6 plasmídios, o que nos leva a crer que a múltipla resistência a drogas apresentadas pelas bactérias estudadas deve-se à presença deste(s) plasmídio(s). Além disso foi observado que todas as amostras de S. flexneri apresentavam um plasmídio grande, apesar da diversidade de número e tamanho dos demais plasmídios de cada amostra. Uma vez que este plasmídio, com peso molecular em volta de 23,1Kd foi isolado em localidades diferentes, sugere-se que este plasmído é epidêmico para as Shigellas.

Das 26 amostras de S. flexneri doadoras submetidas ao processo de conjugação, 9 (34,6%) amostras resultaram em uma freqüência variável de transconjugantes. Como é sabido, quer se trate de plasmídios R ou outros tipos de plasmídios, existem réplicons que são conjugativos, isto é, capazes de promover sua auto-transferência e plasmídios não conjugativos1. Embora não tenhamos realizados experimentos visando abordar esta questão, como a mobilização dos plasmídios, tomamos como base dados da literatura e acreditamos que a não obtenção de transconjugantes em 63,4% das amostras (17 amostras) deve-se ao fato destas apresentarem plasmídios não conjugativos. Isto significa dizer que as amostras de S. flexneri doadoras possuíam plasmídios R, que não tinham na sua composição genética o segmento FTR. Sendo assim, as conjugações entre S. flexneri e a amostra E. coli 711ANRAPS demonstram a existência de dois tipos de plasmídios: conjugativos e não conjugativos.

Pela análise do conteúdo plasmidial, através de eletroforese em gel de agarose das amostras do presente estudo, observamos uma multiplicidade de bandas plasmidiais, com pesos moleculares que variaram de aproximadamente 23,1Kb a 1,7Kb. Apesar disso, não se pode afirmar que cada banda de DNA corresponde a um único plasmídio, permanecendo indeterminado se algumas bandas corresponderiam a diferentes formas moleculares do mesmo elemento extracromossômico.

Entretanto, em nosso trabalho, observamos uma transmissibilidade de 34,6% dos plasmídios de amostras de S. flexneripara E. coli 711ANRAPS. A ocorrência exclusiva de transconjugantes, apresentando um padrão de resistência semelhante a pelo menos cinco drogas (ampicilina, sulfametoxazol + trimetoprima, tetraciclina, ampicilina + ácido clavulânico e carbenicilina), e albergando apenas um plasmídio, com pesos moleculares semelhantes, chama a atenção para a presença de um plasmídio epidêmico em amostras de Shigella, visto que, mesmo não sendo conjugativas todas as amostras, 100% delas apresentaram um plasmídio com peso molecular semelhante de aproximadamente, 23,1Kb. Este plasmídio, encontrado em todas as amostras de Shigellas, deve ser portador de marca de resistência para ampicilina em 100 % das amostras.

Desta forma, podemos concluir que a ocorrência de multirresistência em uma percentagem considerável das amostras de S. flexneri deveu-se à presença de plasmídios R, sendo que o surgimento de transconjugantes foi confirmado, tanto por métodos biológicos, como por métodos físico-químicos. Não obstante, o perfil de resistência a antimicrobianos, mostrado pelos transconjugantes, comprovou a existência de genes presentes na receptora, que foram oriundos de cada doadora. Diante deste fato, observamos que todas as transconjugantes apresentaram apenas um plasmídio com o mesmo peso molecular, que eram comuns em amostras de S. flexneri e, provavelmente, provenientes das amostras bacterianas componentes da microbiota intestinal. Isto nos leva a crer que a pressão seletiva dos antimicrobianos nestas populações selecionou amostras bacterianas resistentes e que a utilização de novos antimicrobianos pode apresentar um sucesso temporário na batalha contra as bactérias resistentes; no entanto, a resistência é inevitável.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho só foi possível de ser realizado, graças ao apoio conjunto da Unidade de Pesquisas Clínicas e do Laboratório de Microbiologia Médica da Universidade Federal do Ceará.

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Departamentos de Patologia e Medicina Legal e de Fisiologia e Farmacologia, Unidade de Pesquisas Clínicas do Hospital Universitário Walter Cantídio. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil.
Órgão financiador: FUNCAP e CAPES.
Endereço para correspondência: Dr. José Júlio Costa Sidrim. Laboratório de Micologia Médica, Deptº de Patologia e Medicina Legal/UFC. R. Monsenhor Furtado s/nº – Rodolfo Teófilo, Caixa Postal 3163, 60441-750 Fortaleza, CE, Brasil.
Tel: (085) 243-9301; Fax: (085) 295-1736.
E-mail: JBF96@secrel.com.br
Recebido para publicação em 13/06/97.