Home » Volumes » Volume 30 May/June 1997 » FEBRE MACULOSA BRASILEIRA EM UMA ÁREA ENDÊMICA NO MUNICÍPIO DE PEDREIRA, SÃO PAULO, BRASIL

FEBRE MACULOSA BRASILEIRA EM UMA ÁREA ENDÊMICA NO MUNICÍPIO DE PEDREIRA, SÃO PAULO, BRASIL

DOI: 10.1590/S0037-86821997000300018


Entre 1985 e 1995, a febre maculosa brasileira foi notificada em 17 pacientes no Município de Pedreira, São Paulo. Os dados clínico-laboratoriais destes casos são descritos. Biópsias de pele de três pacientes e tecido nervoso de um caso que evoluiu para o óbito foram positivos para a imunofluorescência específica. Adicionalmente, foi realizado um inquérito sorológico em 525 pessoas saudáveis através do teste de imunofluorescência indireta. A soropositividade foi verificada em 22 pessoas (4,2%) com títulos de ³ 1:64.

A soroprevalência para rickettsia do grupo da febre maculosa foi significativamente maior em cães (12/33) e em eqüinos (7/9) procedentes da área endêmica do que em cães (4/31) e eqüinos (3/11) procedentes do abrigo municipal de animais. Dos animais silvestres capturados, somente dois exemplares de capivaras apresentaram sororeatividade com baixos títulos de 1:16.

Durante um ano (1993-1994), 43.217 exemplares das espécies Amblyomma cajennenseA. cooperiA. tristeAnocentor nitensBoophilus microplus e Rhipicephalus sanguineus foram coletados mensalmente de animais e de vegetação. A. cajennense foi a única espécie suficientemente numerosa para permitir avaliação de sazonalidade associada à epidemiologia da febre maculosa.

Evidência de carrapatos infectados por rickettsias, através da coloração Giménez, foi verificada em 116 exemplares de carrapatos de todas as espécies, exceto A. triste. O teste de imunofluorescência direta revelou rickettsia em 53 exemplares de A. cajennense, um de A. cooperi e um de R. sanguineus. Através de culturas de células Vero, foram realizados três isolamentos de rickettsia do grupo da febre maculosa em exemplares de A. cajennense e A. cooperi.

BRAZILIAN SPOTTED FEVER IN AN ENDEMIC AREA IN THE MUNICIPALITY OF PEDREIRA, SÃO PAULO, BRAZIL

Between 1985-1995, Brazilian spotted fever (BSF) was notified in 17 patients in Pedreira, State of São Paulo. The clinical and laboratory findings of these cases are reported. Skin tissues from three patients and nervous tissue from one patient who had BSF were positive by specific immunofluorescence. Adittionaly, a survey for the prevalence of spotted fever group rickettsia antibodies was conducted in 525 apparently healthy volunteers, 22 (4.2%) were positive by immunofluorescent test.(serologic titers ³ 1:64).

The prevalence of antibodies to spotted fever group rickettsiae was significantly higher in dogs (12/36 – p < 0.025) and horses (7/9 – p < 0.018) from endemic area than dogs.(4/31) and horses (3/11) among animal house. Of the wild animals captured only two capybaras were seroreactives (1:16).

During one year (1993-1994), 43.217 specimens of Amblyomma cajennenseA. cooperi, A. triste, Anocentor nitens, Boophilus microplus e Rhipicephalus sanguineus were collected from vegetation and animals at monthly intervals. Only A. cajennense was sufficiently numerous to allow a quantitative study with seasonal activity, which is correlated with the epidemiology of spotted fever.

A hemolimph test associated with Gimenez’s stain revealed that 116 ticks of all species, except A. triste, cointained rickettsia-like microorganisms. Direct immunofluorescence test verified the presence of spotted fever rickettsiae in 53 specimens of A. cajennense, 1 of A. cooperi and 1 of R. sanguineus. Three isolated rickettsias were obtained in Vero cell culture from A. cooperi and A. cajennense.

 

 

Elba Regina Sampaio Lemos

Tese apresentada à Universidade Federal do
Rio de Janeiro para obtenção do Título de Doutor.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1996.

Recebido para publicação em 12/03/97.