Home » Volumes » Volume 29 March/April 1996 » Avaliação das ações de controle da infecção esquistossomótica nas localidades de Cachoeira – Bahia, Bacia do Paraguaçu, 1982-1992

Avaliação das ações de controle da infecção esquistossomótica nas localidades de Cachoeira – Bahia, Bacia do Paraguaçu, 1982-1992

Vilma Sousa Santana; Maria da Glória Teixeira; Cristina C.P. Santos

Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federai da Bahia, Salvador, BA

DOI: 10.1590/S0037-86821996000200011


RESUMO

Esta investigação busca avaliar a efetividade das ações destinadas ao Programa de Controle da Esquistossomose, PCE, em um município da Bahia, a Região da Bacia do Paraguaçu. Os dados são provenientes das fichas PCE-111 da SUCAM/FNS, registrados rotineiramente, nas 111 localidades identificadas entre 1982 e 1992. A infecção foi diagnosticada através de exames de fezes (Katz-Kato). A análise da prevalência da infecção baseou-se nas tendências da evolução temporal e distribuição espacial. Identificou-se quatro padrões típicos de evolução, sendo que os mais comuns são os de recorrência da infecção (67,6 %). O controle ocorreu em 22,5% enquanto a expansão da infecção apareceu em apenas 9,9% das localidades. No geral, a tendência foi de redução da prevalência, particularmente no período entre 1982 e 1985, ascendendo posteriormente para valores, que não atingem o patamar inicial. Verificou-se também impacto na redução relativa do número de localidades que apresentavam prevalência abaixo de 5%, indicativas de controle. Não foi possível examinar a evolução da intensidade da infecção ou mesmo da ocorrência de formas graves ou óbitos que poderiam apresentar um quadro mais completo da efetividade das ações desse programa.

Palavras-chaves: Esquistossomose. Controle. Avaliação. Tendência temporal. Distribuição espacial.


SUMMARY

This study evaluates the effectiveness of the Schistosomiasis Control Program, PCE, in Cachoeira, state of Bahia- Brazil, in Paraguaçu Basin Area. Data comes from PCE-111 cards of SUCAM/FNS, which are routinely registered in the 111 villages identified during the study follow up, 1982-1992. The S. mansoni infection was diagnosed through Katz-Kato technique for stool exams. Temporal trends of the prevalence of infection were analyzedfor each village. Four trend patterns were identified, and the most commom was those of recurrence of infection prevalence (67.6%). Control of the endemics was achieved in 22.5 % of the villages, while expansion trends were found in only 9.9% of them. In general, there was found a decrease in the prevalence, particularly, from 1982 to 1985, followed by an increase that do not reach the initial levels. It was observed a relative reduction on the number of villages that shows prevalence below or equal to 5%, that indicates control of the infection. It was not possible to evaluate trends of infection intensity neither the occurrence of severe shistossomiasis disease or related deaths, that may allow a more complete evaluation of this program.

Key-words: Schistosomiasis. Control. Evaluation. Temperal tends. Espacial distribution


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Abdallah A, Saif M. Koura M. The role of chemoterapy in the control of schistosomiasis: experience in Egypt. Brasília Médica 111:49-54, 1975.         [ Links ]

2. Amaral RS, Porto MAS. Evolução e situação atual do controle da esquistossomose no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 27(Supl III):73-90. 1994.         [ Links ]

3. Barbosa FS. Control of schistosomiasis: a perspective. Brasilia Médica 111:93-100, 1975.         [ Links ]

4. Barreto ML, Carmo EH. Situação de saúde da população brasileira: tendências históricas, determinantes, e implicações para as políticas de saúde. Informe Epidemiológico do SUS III (3/4):7-34, 1994.         [ Links ]

5. Benenson AS. Elcontrol de las enfermidades transmissibles en el hombre. OPAS, Publ. Cient.. n° 538, 1992.         [ Links ]

6. Bahia. Centro de Estatística e Planejamento. Informações básicas dos municípios baianos. Recôncavo CEI/CONDER, 1994.         [ Links ]

7. Bina JB. Influência da terapêutica específica na evolução da esquistossomose mansoni. Bahia. Tese de Mestrado, Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Salvador, 1977.         [ Links ]

8. Bina JC, Prata AR. Regressão da hepatoesplenomegalia pelo tratamento específico da esquistosomosse. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:213-218, 1983.         [ Links ]

9. Bina JB. Estudo de variáveis que podem influenciar na evolução da esquistossomose mansônica: efeito da terapêutica específica na interrupção da transmissão. Bahia. Tese de Doutorado. Faculdade de Medicinada Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1995.         [ Links ]

10. Brasil. Conselho de Desenvolvimento Social. Programa especial de controle da esquistossomose no Brasil (PECE) Suplemento I, 1976.         [ Links ]

11. Brasil. Ministério da Saúde/Fundação Nacional da Saúde, Controle da esquistossomose: diretrizes técnicas. Brasília, 1994.         [ Links ]

12. Brasil. Ministério da Saúde/Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM) Normas gerais para o Programa de Controle da Esquistossomose, Brasília, 1989.         [ Links ]

13. Brook RH, Lohr KN. Efficaey, effectiveness, variations, and quality: boundary-crossing research. Medical Care 23:710-722, 1985.         [ Links ]

14. Carmo EH, Barreto ML. Esquistossomose mansônica no Estado da Bahia, Brasil: tendências históricas e medidas de controle. Cadernos de Saúde Pública 10:425-439, 1994.         [ Links ]

15. CouraJR, Argento CA, Conceição MJ, Lewis EM, Santos ML, Magalhães P. Experiências de campo de oxamniquine oral no tratamento da esquistossomose mansoni. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 22 (Sup 4):77-84, 1980.         [ Links ]

16. Coura JR, Conceição MJ, Pereira JB. Morbidade da esquistossomose mansoni no Brasil. III – Estudo evolutivo em uma área endêmica no período de 10 anos. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 79:447-453, 1984.         [ Links ]

17. Coura JR, Mendonça MZG, Madruga PJ. Tentativa de avaliação do programa especial de controle da esquistossomose (PECE) no Estado da Paraíba, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 20:67-76, 1987.         [ Links ]

18. CNPq. Epidemiologiae controle de doenças endêmicas do Nordeste Semi Árido. (Mimeo), 1978.         [ Links ]

19. Freitas CA. Situação atual da esquistossomose no Brasil. Rev. Bras. de Malariologiae Doenças Tropicais 3-19, s.d.         [ Links ]

20. Jordan P. Schistosomiasis-research to control. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 28. 26:877-886, 1977.         [ Links ]

21. Lima e Costa MFF, Rocha RS, Coura Filho P, Katz NA. A 13-year follow-up of treatment and snail control in an area endemic for Schistosoma Mansoni in Brazil: incidence od infection and reinfection. Bulletin of the World Health. Organization 71:197-205, 1993.         [ Links ]

22. Lipsey MW. Theory as method: small theories of treatments. In: Sechrest L, Perrin E, Bunker J (eds) 30. Research methodology: strengthening causal interpretations of nonexperimental data. Conference Procedings. U.S. 31, Department of Health and Human Services, (May), 1990.         [ Links ]

23. Organización Mundial de la Salud. Evalución de los programas de salud: normas fundamentales para su aplicación en el proceso de gestión para el desarrollo nacional de la salud. Ginebra,1981.         [ Links ]

24. Prata A, Bina JC, Barreto AC, Alecrim MG. Attempt to control the schistosomiasis transmission by oxamniquine in an hyperendemic locality. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 22(Sup 4):65-72, 1980.         [ Links ]

25. Pellon A, Teixeira I. Inquérito helmintológico escolar em cinco estados das regiões Leste, Sul e Centro Oeste. Ministério da Educação e Saúde, Departamento Nacional de Saúde, Divisão de Organização Sanitária. Apresentado no XI Congresso Brasileiro de Higiene, Curitiba, 1953.         [ Links ]

26. SAS. Software Institute, version 6, First Edition. SAS Institute Inc., Cary, NC, USA, 1990.         [ Links ]

27. Santos ML, Coura R. Morbidade da esquistossomose no Brasil. IV – Evolução em pacientes tratados e seus controles. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 81:53-60, 1986.         [ Links ]

28. Santos ML. Esquistossomose mansoni: estudo da morbidade e interferência da terapêutica específica em uma área endêmica. Tese de Mestrado. Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1978.         [ Links ]

29. Silva JR. Valor e importância do tratamento específico da esquistossomose mansoni no campo da profilaxia. Revista Brasileira de Medicina 14:524-526, 1957.         [ Links ]

30. Silva LV, Formigli VLA. Avaliação em Saúde: limites e perspectivas. Cadernos de Saúde Pública 10:80-91, 1994.         [ Links ]

31. Silveira AC. Controle da Esquistossomose no Brasil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 84(Sup I):91-104, 1989.         [ Links ]

32. Sleigh AC, Mott KE, França Silva JTF, Muniz TM, Mota EA, Barreto ML, Hoff R, Maguire JH, Lehman JS, Sherlock IA. A three year follow-up of chemotherapy with oxamniquine in a Brasilian community with endemic shistosomiasis mansoni. Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene 72:234-238, 1981.         [ Links ]

33. Zein AZ. Spontaneous reduction in Schistosoma mansoni infection in endemic communities of lake Tana basin, north-western Ethiopia. Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene 83:656-658, 1989.         [ Links ]

 

 

 

Endereço para correspondência:
Dra. Vilma Sousa Santana.
ISC/UFBA. R. Pe. Feijó 29, 4o andar,
Canela, 40140-170 Salvador, BA.

Recebido para publicação em 08/01/96.

 

 

Financiamento: Fundação Nacional de Saúde/Ministério da Saúde.