Home » Volumes » Volume 28 Octuber/December 1995 » Evolução temporal da resistência in vitro do Plasmodium falciparum às drogas antimaláricas em duas áreas da amazônia brasileira com distintas características sócio-econômicas e geográficas

Evolução temporal da resistência in vitro do Plasmodium falciparum às drogas antimaláricas em duas áreas da amazônia brasileira com distintas características sócio-econômicas e geográficas

Álvaro Augusto Couto; Vanja Suely Calvosa; Marco Antonio Santos; José Maria de Souza

DOI: 10.1590/S0037-86821995000400009


RESUMO

Avaliou-se a evolução temporal da resistência in vitro do Plasmodium falciparum às drogas cloroquina, amodiaquina, quinino e mefloquina em duas áreas com distintas características sócio-econômicas e geográficas: Lourenço, no Estado do Amapá e Paragominas no Estado do Pará. A primeira caracteriza-se por ser uma área de garimpos a céu aberto e a segunda uma área de colonização, pecuária e extrativismo de madeiras. O estudo revela alta prevalência de resistência à cloroquina nas duas áreas (79,8% em Lourenço e 68,4% em Paragominas), enquanto que para amodiaquina e quinino observamos uma certa flutuação nas respostas para essas drogas, dependendo do período em que foi avaliada, fá para mefloquina, não foram obsewadas cepas resistentes, mas uma perda da sensibilidade ao longo do período estudado.

Palavras-chave: Malária. Plasmodium falciparum. Resistência in vitro.


ABSTRACT

We evaluated the temporal progression of in vitro P. falciparum resistance to chloroquine, amodiaquine, quinine and mefloquine in two areas with distinct socioeconomical and geographical characteristics: Lourenço, in Amapá state and Paragominas, in Pará state. The former region is essentially an “open” gold mining camp, whereas the latter is one currently undergoing a colonization settlement process, in addition to expanding economical activities which mainly include cattle raising and wood exploitation. Our results show high resistance rates to chloroquine in the two study areas: 79.8% and 68.4% in Lourenço and Paragominas, respectively. Variations in the response of P. falciparum to both amodiaquine and quinine were recorded throughout the study period. On the other hand, no mefloquine P. falciparum resistant strains could be identified, despite the tact we had noted a decrease in sensitivity to this antimalarial drug throughout the study period.

Keyworks: Malaria. P. falciparumIn vitro resistance.


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Brito R, Pinheiro A. Relatório da Secretaria de Saúde do Território Federal de Guaporé, 1954.         [ Links ]

2. Couto AA, Calvosa VS, Lima JE, Souza JM. Evolução da resistência in vitro do Plasmodium falciparum a antimaláricos em área de prospecção de ouro no Estado do Amapá, entre 1983 e 1990. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 26:215-220,1993.         [ Links ]

3. Couto AA, Calvosa VS, Santos MA, Souza JM. Resistência in vitro de cepas de Plasmodium falciparum isoladas no Sul do Estado do-Pará, em diferentes períodos: emergência de casos de multiresistência. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 26:5-9,1993.         [ Links ]

4. Couto AA, Rosário VE, Walliker D. Análise enzimática de 56 amostras de Plasmodium falciparum da bacia Amazônica (Brasil). Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais 35:11-1993.         [ Links ]

5. Couto AA, Santos MA, Oliveira SG. Análise da diversidade do Plasmodium falciparum pela caracterização de clones isolados de amostras da Região Amazônica Brasileira. Cadernos de Saúde Pública 2:241-244,1986.         [ Links ]

6. Di Santi SM, Neves VLFC, Boulos M, Dutra AP, Ramos AMSy Santos M, Barata LCB. Avaliação da resposta do Plasmodium falciparum à cloroquina, quinino e mefloquina (1). Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 30:147-152,1988.         [ Links ]

7. Knowles G,Davidson WL,Jolley D.Alpers MP The relationship between the in vitro response of Plasmodium falciparum to chloroquine, quinine and mefloquine. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene 78:146-150, 1984.         [ Links ]

8. Kremsner PG, Zotter GM, Feldmeir H, Graninger W, Kollaristsch M, Wiedermann G, Rocha RM, Wernsdorfer WH. in vitro drug sensitivity of Plasmodium falciparum in Acre, Brazil. Bulletin of the World Health Organization 67: 289-293, 1989.         [ Links ]

9. Marques AC. Migration and the dissemination of malaria in Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 81(supl 2): 17-30,1986.         [ Links ]

10. Ministério da Saúde – Superintendência de Campanhas de Saúde Pública – Diretoria Regional do Pará. Relatório técnico da operação impacto contra a malária, 1986.         [ Links ]

11. Neiva A. Uber die bildung einer chininresistent rase des malariaparasiten. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 2:131-140,1910.         [ Links ]

12. Payne D. Practical aspects of the use of the standard World Health Organization in vitro macro and microtest system for the determination of the sensitivity of Plasmodium falciparum to chloroquine, mefloquine, amodiaquine and quinine. MAP/84.2,01-17,1984.         [ Links ]

13. Payne D. Report on development of the World Health Organization standard microtest kit for chloroquine, mefloquine, amodiaquine and quinine: 1979-1985. MAP/86.1,01-19, 1986.         [ Links ]

14. Rieckmann KH, Sax LJ, Campbel GH, Mrena JE. Drug sensitivity of Plasmodium falciparum. An in vitromicrothecnique. The Lancet I: 22-23, 1978.         [ Links ]

15. Rosário VE, Couto AA, Santos MA, Oliveira SG. Caracterização de Plasmodium falciparum-. Estudos realizados no Brasil, hr. Instituto Evandro Chagas; 50 Anos de Contribuição às Ciências Biológicas e à Medicina Tropical (Beiém-Pará). Fundação Serviços de Saúde Pública 1: 133-154, 1986.         [ Links ]

16. Rosário VE, Couto AA, Santos MA, Souza JM. Caracterização de cepas de Plasmodium falciparum coletadas de pacientes recrudescentes. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 27: 274-278,1985.         [ Links ]

17. Rosário VE, Couto AA, Vasconcelos SMA, Oliveira SG. Cloning and characterization of Plasmodium falciparumstrains. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 81(suppl.II): 143-148,1986.         [ Links ]

18. Santos MAX Couto AA, Oliveira SG, Rosário VE. Estudos in vitro dos níveis de resistência do Plasmodium falciparum a drogas, de 1983 à 1986. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 29: 346-353,1987.         [ Links ]

19. Sawyer D. Frontier malaria in the Amazon region of Brazil. Type of malaria situation and some implication for control. Working paper prepared for the meeting of TDR/Fieldmal/SC/Amazon 88:3,1988.         [ Links ]

20. Silva JR. Terçã maligna “cloroquina-resistente” – uma séria ameaça ao “Hinterland” brasileiro. Tribuna Médica 4:2-6,1961.         [ Links ]

21. Silva JR. Resistência do P. falciparum à ação da cloroquina. O Hospital 60:43-58,1961.         [ Links ]

22. Souza JM. Epidemiological distribuition of Plasmodium falciparum drug resistance in Brazil and its relevance to the treatment and control of malaria. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 87(supl III): 343-348,1992.         [ Links ]

23. Thaithong S, Beale GH, Chutmongkonkul M. Variability in drug susceptibility amongst clones and isolates of Plasmodium falciparum. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene 82:33-36,1988.         [ Links ]

24. Uchoa RS, Souza JM, Pinto AYN, Calvosa VSP, Almeida PMM, Silva SB, Santos MA, Abdon NP, Campos JR, Cereja LN. Casos de malária autóctone na grande Belém em 1993. In: Resumos do XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Belém p. 410, 1994.         [ Links ]

25. Vasconcelos MA, Rosário VE. Testes de sensibilidade in vitro de amostras de Plasmodium falciparum da bacia Amazônica (Brasil). Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais 25:21-28, 1983.         [ Links ]

26. Webster HK, Thaithong S, Pavanand K, Yong- Vanttchit K, Pinswasdi C, Boudreau El. Cloning and characterization of mefloquine-resistant Plasmodium falciparum from Thailand. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 34:1022-1027,1985.         [ Links ]

27. World Health Organization. Instructions for use of the micro-test kit for the assessment of the response of Plasmodium falciparum to chloroquine and mefloquine in vitro. MAP/82.1, 1-9,1982.         [ Links ]

28. World Health Organization. in vitro micro-test (mark IT) for the assessement of the response of Plasmodium falciparum to chloroquine, of Tropical Medicine and Hygiene 10:317-320, mefloquine, quinine, sulfadoxine-pyrimethamine 1961 and amodiaquine. MAP/87.2,1-21, 1987.         [ Links ]

 

 

Recebido para publicação em 22/12/94.

 

 

Serviço de Ecologia Humana e Meio Ambiente e Serviço de Parasitologia, Instituto Evandro Chagas, Fundação Nacional de Saúde (FNS), Belém, PA.
Apoio Financeiro: IEC-FINEP – UNDP/World Bank/ WHO/TDR, Projeto (870284).

 

 

 Endereço para correspondência:
Dr. Alvaro A. Couto.
Av. Almirante Barroso 492, Marco, 66090-000
Belém, PA.