Home » Volumes » Volume 22 January/March 1989 » Coeficiente de endocruzamento em portadores de esquistossomose mansônica

Coeficiente de endocruzamento em portadores de esquistossomose mansônica

José Tavares-Neto; Aluizio Prata

DOI: 10.1590/S0037-86821989000100008


RESUMO

O coeficiente de endocruzamento (f ou de Wright) foi calculado em 1123 indivíduos de Catolândia, Bahia, área hiperendêmica da esquistossomose mansônica: 148 (13,2%) tinham o coeficiente f > 0. A forma hepatosplênica foi significantemente maior nos indivíduos com f > 0 (26,8%). Nos brancos com f > 0 o risco relativo foi de 14,1; enquanto, nos brancos com f = 0, Q freqüência da hepatosplenomegalia não diferiu dos não-brancos com f = ou f > 0. Com este coeficiente estimou-se a probabilidade de genes alélicos iguais, com origem em ancestral comum; os resultados reforçam a hipótese da regulação genética na susceptibilidade à forma hepatosplênica da esquistossomose mansônica.

Palavras-chave: Coeficiente de endocruzamento. Schistosoma mansoni. Forma hepatosplênica.


ABSTRACT

The coefficient of inbreeding (for Wright) was studied in Catolândia, in the state of Bahia, Brazil, an area considered hyperendemic for manson schistosomiasis in a population of 1,130 inhabitants. The coefficient of inbreeding was estimatedfor 1,123 individuals it was classified as f > 0 in 13.2% (n=148). In the hepatosplenic group the frequency of f>0 was 26.8%, and in the hepatointestinal group the frequency was 12.5%. The frequency of the hepatosplenic diagnosis in whites who weref=0 did not differ from that which was observed in the negroid group. These verifications were confirmed by the Woolf’s test; the relative risk of the whites, f > 0 in acquiring hepatosplenic schistosomiasis was 14.1. These observations reinforce the influence of the genetic component in the development of the hepatosplenic form of the mansons schistosomiasis.

Keywords: Coefficient of inbreeding. Schistosoma mansoni. Hepatosplenic form.


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Bina JC, Prata A. Evolução natural da esquistossomose em uma área endêmica. In: Aspectos peculiares da infecção por Schistosoma mansoni. CEDRE/UFBa, p. 13-33, 1984.         [ Links ]

2. Bina JC, Tavares-Neto J, Prata A, Azevedo ES. Greater resistance to development of severe Schistosomiasis in Brazilian negroes. Human Biology 50: 41-49, 1978.         [ Links ]

3. Beiguelman B. Leprosy and genetics: a review. Revista Brasileira de Genética 6: 109-172, 1983.         [ Links ]

4. Cardoso W. A esquistossomose mansônica no negro. Medicina Cirúrgica e Farmácia. 202/203:89-95,1953.         [ Links ]

5. Cheever AW, Dunn MA, Dean DA, Duvall RH. Differences in hepatic fibrosis in ICR, C3H, and C57 BL/6 mice infected with Schistosoma mansonAmerican Journal Tropical Medicine and Hygiene. 32: 1364- 1369, 1983.         [ Links ]

6. Cheever AW, Duvall RH, Hallack Jr TA. Differences in hepatic fibrosis and granuloma size in several strains of mice infected with Schistosoma japonicum. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 33:602-607, 1984.         [ Links ]

7. Conceição MJ, Coura JR. Ocorrência familiar de esplenomegalia esquistossomótica em uma área rural de Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 13: 17-20, 1980.         [ Links ]

8. Coura JR, Conceição MJ. Correlação entrecarga parasitária de S. mansoni e gravidade das formas clínicas em uma comunidade rural de Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 14: 93-97, 1981.         [ Links ]

9. Crow JF, Kimura M. An introduction to population genetics theory. Harper & Row ed., 1970.         [ Links ]

10 Dunn MA. Liver collagen synthesis and degradation in Schistosomiasis. Contemporary Microbiology and Immunology 7: 198-203, 1983.         [ Links ]

11. Fanning MM, Kazura JW. Genetic-linked variation in susceptibility of mice to Schistosomiasis mansoniParasite Immunology 6: 95-103, 1984.         [ Links ]

12. Fanning MM, Peters PA, Davis RS, Kazura JW, Mahmoud AA. Immunopathology of murine infection with a Schistosoma manson: Relationship of genetic background to hepatosplenic disease and modulation. Journal of Infectious Diseases 144: 148-153, 1981.         [ Links ]

13. Freire-Maia N. Inbreeding in Brazil. American Journal of Human Genetics 9: 284-298, 1957.         [ Links ]

14. Jordan P, Wehbe G. Epidemiology. In: Jordan P. Wehbe G. (ed.) Schistosomiasis. Epidemiology, Treatment and Control. William Heinemann Med. Books, p. 227-292, 1982.         [ Links ]

15. Kloetzel K. A sindrome hepatoesplênica na esquistossomose mansônica. (Considerações sobre a incidência familiar). Revista Brasileira de Medicina 15: 263-265, 1958.         [ Links ]

16. Kloetzel K. Splenomegaly in Schistosomiasis mansoniAmerican Journal of Tropical Medicine and Hygiene 11: 472-476, 1962.         [ Links ]

17. Krieger H, Morton NE, Mi MP, Azevedo E, Freire- Maia A, Yasuda N. Racial admixture in north-eastern Brazil. Annals of Human Genetics 29: 113-125, 1965.         [ Links ]

18. Li CC. Populations Genetics University of Chicago Press, 1955.         [ Links ]

19. Oliveira LEG, Porcaro RM, Araujo TCN. O lugar do negro na força de trabalho. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro, 88p., 1981.         [ Links ]

20. Ohta N, Nishimura YK, Iuchi M, Sasazuki T. Immunogenetic analysis of patients with post-schistosomal liver cirrhosis in man. Clinical and Experimental Immunology 49: 493-499, 1982.         [ Links ]

21. Prata A. Como caracterizar a forma hepatosplênica da esquistossomose. In: Prata A, AboimE. (ed.). II Simpósio sobre Esquistossomose. Salvador, Bahia, p. 179- 184, 1970.         [ Links ]

22. Prata A, Schroeder S. A comparison of whites and negroes infected with Schistosoma manson in a hyperendemic areas. Gazeta Médica da Bahia 67: 93-98, 1967.         [ Links ]

23. Prata A, Bina JC, Barreto AC, Alecrim MG. Ensaio de controle da transmissão da esquistossomose pela oxamniquine, em uma localidade hiperendêmica. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 22 (supl): 65-72, 1980.         [ Links ]

24. Tavares-Neto J. A raça branca e a forma hepatosplênica da esquistossomose. Revista de Saúde Pública 21: 342- 347, 1987.         [ Links ]

25. Tavares-Neto J. Recorrência familial e composição racial na esquistossomose mansônica. Tese de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília, 1987.         [ Links ]

26. Tavares-Neto J, Prata A. Regressão da forma hepatosplênica da esquistossomose após tratamento específico em relação a raça. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 21: 131-133, 1988.         [ Links ]

27. Tavares-Neto J, Prata. Familial occurrence of schistosomal hepatosplenomegaly and maternal effect. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 22: 13- 18, 1989.         [ Links ]

28. Woolf B. On estimating relation between blood group and disease. Annals of Human Genetics 19: 251-253, 1955.         [ Links ]

 

 

Recebido para publicação em 17/8/88.

 

 

Trabalho do Núcleo de Medicina Tropical e Nutrição da Universidade de Brasília com suporte financeiro do CNPq e do Ministério da Saúde.
Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, Praça Thomaz Ulhoa 706, 38025 Uberaba-MG.