Home » Volumes » Volume 24 January/March 1991 » Prevalência de enteroparasitoses em fezes colhidas durante necrópsias

Prevalência de enteroparasitoses em fezes colhidas durante necrópsias

João Antônio de Almeida; Maria Betânia Mahler Araújo; Maria Laura Pinto Rodrigues; Marlene Antônia dos Reis; Vicente de Paula Antunes Teixeira

DOI: 10.1590/S0037-86821991000100005


RESUMO

Com o objetivo de verificarmos a prevalência de enteroparasitoses, colhemos o conteúdo do tubo digestivo, em três porções distintas, durante a realização de 135 necrópsias completas. As fezes foram conservadas em MIF (mistura de formol, iodo e merthiolate), e analisadas pelo exame protoparasitológico direto. Encontramos enteroparasitas em 40 casos (29,6%), sendo que em 11 deles (27,5%) havia poliparasitismo e em 29 casos (72,5%) monoparasitismo. As enteroparasitoses mais freqüentes foram o S. stercoralis (31,9%), E. histolytica (23,4%), Ancilostomídeos (19,1%) e A. lumbricoides(17%). Os resultados estão de acordo com levantamentos epidemiològicos na região. Além disso, mostram que o exame protoparasitológico de fezes colhidas concomitantemente ao exame necroscópico fornece mais um subsídio ao diagnóstico anatomopatológico.

Palavras-chave: Exame píotoparasitológico de fezes. Necrópsias. Enteroparasitoses. Coprologia.


ABSTRACT

With the Intention to verify the frequency of intestinal parasites, we have taken the inside digestive system material from three differents parts of the intestinal tract while we were doing 135 complete necropsies. The stools were kept in MIF (Formol, iodine and merthiolate mixture) being studied in slides by the direct method. We have found intestinal parasites in 40 cases (29.6%), 11 (27.5%) with two or more kinds of parasites and 29 cases (72.5%) with only one kind ofparasite. The most frequent parasites were: S. stercoralis (31,9%), E. hystolytica (23.4%), hook worm (19.1%) and A. lumbricoides (17%). The results are in according with epidemiological research made in this area. Thus, they prove that the parasitological exam made in feces taken during the necroscopy provides further evidence to enrich the anatomo-pathological diagnosis.

Keywords: Feces parasitological exam. Necropsies. Enteroparasitism. Coprology.


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Bloch M. El eslabon inmunologico perdido, deficiência inmunologica hereditaria en infecciones y enfermedades autoinmunes. Revista de Instituto de Investigaciones Médicas 12: 207-230, 1983.         [ Links ]

2. Carneiro JR, Calil F. Incidência de parasitas intestinais em um estudo de amostras aleatórias em crianças e adolescentes no distrito de Senador Canedo – GO. Revista de Patologia Tropical 8: 129-133, 1979.         [ Links ]

3. Chapadeiro E, Lopes ER, Mesquita PM. Primary hydatid cysts of the heart. The Journal of Tropical Medicine and Hygiene 68: 9-11, 1965.         [ Links ]

4. Cook GA, Rodrigues H, SILVA H, Rodriguez-Iturbe B, Rodriguez HB. Adult respiratory distress secondary to strongyloidiasis. Chest 92: 1115-1116, 1987.         [ Links ]

5. Evangelista A, KommaMD, Santos MAQ. Prevalência de parasitos intestinais em Goiânia. Revista de Patologia Tropical 1: 51-61, 1972.         [ Links ]

6. Ferreira LF, Araújo AJG, Confalonieri UE. Os parasitos do homem antigo. Ciência Hoje 1: 63-67, 1982.         [ Links ]

7. Fraga Filho C, Sobral DT, Arantes MR. Distúrbios da absorção intestinal na estrongiloidose. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 8: 209-216, 1974.         [ Links ]

8. Franciscon JU, Prata AR. Resultados preliminares sobre inquérito coprológico escolar em Uberaba. In: Resumos do XXTV Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Manaus p. 99-100, 1988.         [ Links ]

9. Genta RM, Miles P, Fields K. Opportunistic Strongyloides stercoralis infection in lymphoma patients. Report of a case and review of the literature. Cancer 63:1407- 1411, 1989.         [ Links ]

10. Gobbi H, Adad S, Neves RR, Almeida HO. Ocorrência de cisticercose (Cysticercus cellulosae) em pacientes necropsiados em Uberaba, MG. Revista de Patologia Tropical 9: 51-59, 1980.         [ Links ]

11. Gomes MC. Fatores determinantes de estrongiloidose grave. Jornal Brasileiro de Medicina 30: 47-50, 1976.         [ Links ]

12. Gomes MC. Mecanismos patológicos relacionados a auto-endo-infecção na estrongiloidose humana fatal. Revista de Patologia Tropical 9: 165-261, 1980.         [ Links ]

13 Moretti IG. Chieffi PP, Nakagawa E, Gomes AC, Foizer ACM. Contribuição ao estudo da história natural de enteroparasitoses em uma comunidade fechada. I. Prevalência de enteroparasitoses em uma comunidade fechada. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 8: 41-44, 1974.         [ Links ]

14. Nery GC, Carvalho VSS, Barbosa LCA. A mortalidade na cidade de Salvador. Revista Baiana de Saúde Pública 10: 7-32, 1983.         [ Links ]

15. Prospero JD. Ascaridiose hepática: anatomia patológica, classificação e patogenia. Arquivos dos Hospitais da Santa Casa de São Paulo 6: 1-16, 1960.         [ Links ]

16. Rouquayrol MZ, Alencar JE, Sá LCB. Causas de óbito no município de Fortaleza: nomenclatura local e causas de erro. Revista de Medicina da Universidade Federal do Ceará 7: 45-54, 1967.         [ Links ]

17. Shelhamer JH, Neva FA, Finn DR. Persistent strongyloidiasis in an immunodeficient patient The American Journal ofTropical Medicine and Hygiene 31:746-751, 1982.         [ Links ]

 

 

 Endereço para correspondência:
Dr. Vicente de Paula Antunes Teixeira.
Disciplina de Patologia Geral/FMTM.
Pça. Manoel Terra s/n
38015
Uberaba, MG.

 

 

Recebido para publicação em 17/09/90.

 

 

Trabalho realizado na Disciplina de Patologia Geral da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG.