Home » Volumes » Volume 22 July/September 1989 » The indeterminate form of human chronic Chagas’ disease. A clinical epidemological review

The indeterminate form of human chronic Chagas’ disease. A clinical epidemological review

João Carlos Pinto Dias

DOI: 10.1590/S0037-86821989000300007


ABSTRACT

Data on the epidemiology and the natural history of the indeterminate form of human chronic Chagas’ disease (IFCCD) are discussed, revealing its great importance in endemic areas of Brazil. The work shows that IFCCD presents a gradual and very slow course, causing a benign picture in the studied patients. Evolution patterns, prognostic and anatomopathological features are also discussed.
For practical purposes, the classical concept of IFCCD proved to be simple, operational and consistent, It is defined by the absence of symptoms and clinical findings in chronic infected patients with positive serology and/or parasitological examinations for Trypanosoma cruzi coupled with normal electrocardiographic and radiological exams (heart, oesophagus and colon X-Rays). If a patient is submitted to more rigorous and sophisticated tests, these can reveal some alterations, generally small ones and unable to interfere with the prognosis of the infection.
It is suggested that research lines specially related to the evolution ary factors and immunological involvement during this phase be adopted.

Keywords: Chagas’ disease. Indeterminante form. Prognosis. Evolution factors.


RESUMO

Analisam-se epidemiologia e a história natural da forma indeterminada da doença de Chagas (FCI), confirmando-se sua grande importância epidemiológica em áreas endêmicas da tripanosomose, no Brasil. Os dados mostram que a evolução da FCI é geralmente lenta, com bom prognóstico, discutindo-se alguns fatores evolutivos, o prognóstico e o substrato anatomopatológico desta entidade.
Sob o prisma prático, verifica-se que o conceito clássico da FCI se mostra simples, consistente e operacional: define-se no paciente crônico e assintomático, portador de provas sorológicas e/ou parasitológicaspositivas para T. cruzi, com exames clínico, eletrocardiográfico e radiológico (área cardíaca, esófago e cólon) normais. Exames outros mais rigorosos e sofisticados podem demonstrar algumas alterações e anormalidades nestes pacientes, geralmente discretas e pouco interferentes no prognóstico.
Fazem-se algumas sugestões de pesquisa sobre a FCI, principalmente com relação ao envolvimento imunológico e a fatores de evolução.

Palavras-chave: Doença de Chagas. Forma indeterminada. Prognóstico. Fatores de evolução.


 

 

Full text available only in PDF format.

Texto completo disponível apenas em PDF.

 

 

REFERENCES

1. Andrade ZA. The canine model of Chagas’ disease. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 79 (supl.): 77-83, 1984.         [ Links ]

2. Andrade ZA. A patologia da doença de Chagas no homem. Annales de la Societe Beige de Medecine Tropicale 65 (Suppl.): 15-30, 1985.         [ Links ]

3. Andrade ZA, Andrade SG. Patologia. In: Brener Z, Andrade ZA. Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas. Guanabara Koogan Ed., Rio de Janeiro p. 199-248, 1979.         [ Links ]

4. Bogliolo L. As causas anatômicas da insuficiência cardíaca na cardiopatia (miocardite) chagásica crônica In:Décourt LV, Campos OM (coord.). Modernos Conhecimentos sobre Doença de Chagas. Universidade Federal de Minas Gerais, Academia Mineira de Medicina. Belo Horizonte p. 283-302, 1981.         [ Links ]

5. Brasil A. Evolução e prognóstico da doença de Chagas. Arquivos Brasiteiros de Cardiologia 18: 365-380,1965.         [ Links ]

6. Brasil/Conselho Nacional de Pesquisa. Epidemiologia da doença de Chagas. Objetivos e metodologia dos estudos longitudinais. Relatório Técnico np 1, 46 p., 1974.         [ Links ]

7. Brener Z. O parasito: relações hospedeiro-parasito. In: Brener Z, Andrade Z A. Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas. Guanabara Koogan Ed. Rio de Janeiro p. 1-41, 1979.         [ Links ]

8. Brener Z. Recent advances in the chemotherapy of Chagas’ disease. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 79(supl.): 149-155, 1984.         [ Links ]

9. Cançado JR.’ Tratamento específico. In: Cançado JR, Chuster M. Cardiopatia Chagásica. Fundação Carlos Chagas, Belo Horizonte p. 327-355, 1985.         [ Links ]

10. Castro CN. Influência da parasitemia no quadro clínico da doença de Chagas. Revista de Patologia Tropical 9: 73-136, 1980.         [ Links ]

11. Chagas C. Pathogenic processes of American Trypanosomiasis. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 8: 3-38, 1916.         [ Links ]

12. Chapadeiro E. Histopatologia cardíaca na forma indeterminada da Doença de Chagas. In: Anais do Congresso Internacional sobre Doença de Chagas, Rio de Janeiro, p.0-9-0-11, 1979.         [ Links ]

13. Coura JR Evolutive pattern in Chagas’disease and the life span of Trypanosoma cruzi in human infection. American Trypanosomiasis Research. Proceedings of an International Symposium PAHO/WHO Science Public 318 (Washington, USA) p. 378-383, 1976.         [ Links ]

14. Coura JR, Pereira JB. A follow-up evaluation of Chagas’ disease in two endemic areas in Brazil. Memórias do Institute Oswaldo Cruz 79(Supl.): 107-112, 1984.         [ Links ]

15. Decourt LV. Sosa EA, Mady C. Forma indeterminada: conceito e aspectos fisiopatológicos. In: Cançado JR, Chuster M. Cardiopatia Chagásica. Fundação Carlos Chagas, Belo Horizonte p. 121-127, 1985.         [ Links ]

16. Dias E. Efeitos da superinfecção sobre a evolução da cardiopatia crônica chagásica. Revista Goiana de Medicina 9(Supl.): 223-229, 1962.         [ Links ]

17. Dias JCP. Clínica e terapêutica da doença de Chagas. Secretaria de Estado da Saúde, Belo Horizonte 74. p. 1981.         [ Links ]

18. Dias JCP. Doença de Chagas em Bambuí, Minas Gerais, Brasil. Estudo clínico-epidemiológico a partir da fase aguda, entre 1940 e 1982. Tese. Faculdade de Medicina, UFMG, Belo Horizonte, 1982.         [ Links ]

19. Dias JCP. Etiopatogenia e história natural da doença de Chagas humana. Boletim Informativo Cenetrop 9: 28-35, 1983.         [ Links ]

20. Dias JCP. Acute Chagas’ disease. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 79 (Supl.): 85-92, 1984.         [ Links ]

21. Dias JCP. História natural da cardiopatia chagásica. In: Cançado JR, Chuster M. (organ.) Cardiopadia Chagásica. Fundação Carlos Chagas, Belo Horizonte 99-113, 1984.         [ Links ]

22. Dias JCP. Epidémiology of Chagas’ disease inBrazil. In: BrennerRR, Stoka A(coord.). Chagas’ Disease Vectors. CRS Press. Ed. Boca Raton, Fl. USA, 1987.         [ Links ]

23. Dias JCP. Kloetzel K. The prognostic value of the electrocardiographic features of chronic Chagas’ disease. Revista Instituto Medicina Tropical São Paulo 10: 158-162, 1968.         [ Links ]

24. Faria CAF, Dias JCP, Cintra ML, Rodrigues LO. Chagas’disease and work. In: Anais do Congresso Internacional sobre Doença de Chagas, Rio de Janeiro p. J-2-J-7, 1979.         [ Links ]

25. Forichon E. Contribuition aux estimations de morbidité et de mortalité dans la maladie de Chagas. Tese. Universidade Paul Sabatier, Toulouse, França, 47 p. 1974.         [ Links ]

26. Guimarães AC. O tratamento da insuficiência cardíaca no chagásico. In: Anais do Congresso Internacional sobre Doença Chagas. Rio de Janeiro p. 5-8 – 5-13, 1979.         [ Links ]

27. Junqueira JRL, Veiga JPR. Avaliação ambulatorial da função autonômica cardíaca nas diversas formas clínicas da moléstia de Chagas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 17 (Supl.): 19, 1984.         [ Links ]

28. Koberle F. Chagas’ disease and Chagas’ syndromes: the pathology of American Trypanosomiasis. Advances in Parasitology 6: 63-116, 1968.         [ Links ]

29. Laranja FS. Dias E, Nóbrega G, Miranda A. Chagas’ disease: a clinical, epidemiologic and pathologic study. Circulation 14: 1035-1060, 1956.         [ Links ]

30. Lopes ER, Chapadeiro E, Rocha A. Anatomia patológica do coração na forma indeterminada. In: Cançado JR, Chuster M. Cardiopatia Chagásica. Fundação Carlos Chagas, Belo Horizonte p. 33-40, 1985.         [ Links ]

31. Macedo VO. Influência da exposição à reinfecção na evolução da doença de Chagas. (Estudo longitudinal de cinco anos). Revista PatologiaTropical5: 33-116,1976.         [ Links ]

32. Macedo VO. Forma indeterminada da doença de Chagas. Jornal Brasileiro de Medicina 38: 34-40, 1980.         [ Links ]

33. Manzullo H, Darraidou AC. 1P Estúdio longitudinal de la cardiopatia chagásica crônica. Faculdade de Ciências Médicas, Buenos Aires (mimeogr.), 141 p. 1982.         [ Links ]

34. Melo RC. Distribuição de parasitas intracelulares em animais inoculados com diferentes cepas de Trypanosoma cruzi. Tese. Departamento de Parasitologia, ICB, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 52 p., 1977.         [ Links ]

35. OMS/OPS. Aspectos clínicos de la enfermedad de Chagas. Informe de una reunion conjunta OMS/OPS de investigadores. Boletín de la Oficina Sanitaria Panamericana 76: 141-158, 1974.         [ Links ]

36. Ortiz J. Aspectos ecocardiográficos. In: Cançado JR, Chuster M. Cardiopatia Chagásica. Fundação Carlos Chagas, Belo Horizonte p. 165-168, 1984.         [ Links ]

37. Pifano F. La miocardiopatia chagásica crônica en el medio rural venezolano. Gaceta Médica de Caracas 85: 17-30, 1977.         [ Links ]

38. Prata A, Macedo V. Morbidity of Chagas’ heart disease. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 79 (Supl.): 93-96, 1984.         [ Links ]

39. Ramirez Giraldo LE. O coelho como modelo experimental no estudo da doença de Chagas crônica. Tese. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1984.         [ Links ]

40. Rassi A. Tratamento etiológico da doença de Chagas. In: Resumos doXVII Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Caldas Novas, p. 180-200, 1981.         [ Links ]

41. 1 Reunião Anual de Pesquisa Aplicada em Doença Chagas. Validade do conceito de forma indeterminada de doença de Chagas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 18: 46, 1985.         [ Links ]

42. Rezende JM. Manifestações digestivas da moléstia de Chagas. In: Cançado JR. Doença de Chagas. Imprensa Oficial, Belo Horizonte p. 442-480, 1968.         [ Links ]

43. Rezende JM. Exploração da motilidade do esôfago e do intestino grosso na forma indeterminada da doença de Chagas. In: Anais do Congresso Internacional sobre Doença Chagas, Rio de Janeiro p. 0-1 – 0-4, 1979.         [ Links ]

44. Rezende JM. The digestive tract in Chagas’ disease. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 79 (Supl.): 97- 106, 1984.         [ Links ]

45. Ribeiro dos Santos R Rossi MA. Imunopatologia. In: Cançado JR, Chuster M. Cardiopatia Chagásica. Fundação Carlos Chagas, Belo Horizonte p. 10-22, 1985.         [ Links ]

46. Schlemper Jr BR Caracterização de cepas de Trypanosoma cruzi isoladas de pacientes com diferentes formas clínicas da doença de Chagas. Tese, Universidade Federal Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1982.         [ Links ]

47. Teixeira ARL. Competência imunológica do paciente chagásico. Imunodepressão na forma aguda inaparente. Auto-imunidade no hospedeiro imunizado. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1981.         [ Links ]

48. Teixeira MGLC. Doença de Chagas. Estudo da forma aguda inaparente. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1977.         [ Links ]

49. Vieira CB. Manifestações psíquicas na forma crônica da moléstia de Chagas. Exemplo de hiperreatividade orgânica. Revista Goiana de Medicina 10:127-134,1964.         [ Links ]

50. Villela E. Moléstia de Chagas. Descrição clínica, 5? parte. Folha Médica, 4: 65-66, 1923.         [ Links ]

 

 

 Adress to correspondence:
Centro de Pesquisas René Rachou
CP 1743
30000
Belo Horizonte, MG, Brazil.

 

 

Recebido para publicação em 19/11/88.

 

 

Federal University of Minas Gerais and Ministry of Health, Brazil. Work in part sponsored by TDR (UNDP/WB/WHO) and CNPq, Brazil.
This work is dedicated to the memory of Dr. Francisco da Silva LaranjaF?, who died recently. This simple homage remembersca great human figure and the fantastic scientific work of this Brazilian researcher who, with his colleagues Emmanuel Dias and Genard Nobrega, really started a new era in the studies and knowledge of human Chagas’ disease.