Home » Volumes » Volume 13 December 1980 » Prevalência da doença de Chagas em banco de sangue através da reação de fixação de complemento e imunofluorescência indireta. Discrepâncias entre as reações e possibilidade de falhas na seleção de doadores*

Prevalência da doença de Chagas em banco de sangue através da reação de fixação de complemento e imunofluorescência indireta. Discrepâncias entre as reações e possibilidade de falhas na seleção de doadores*

Alice Mioko Nishimura TakaokaI; Lauro TakaokaI; Mauro Célio de Almeida MarzochiII

ICentro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Paraná IIInstituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro

DOI: 10.1590/S0037-86821980000100014


RESUMO

Utilizando a Reação de Fixação de Complemento (FC) e Imunofluorescência Indireta (IF) os AA. encontraram no Banco de Sangue do Hospital Universitário de Londrina, Paraná, Brasil, 7,4% de reações sorológicas positivas para doença de Chagas em 3.000 candidatos a doadores de sangue sendo concordantes em 97,1% e discordantes em 2,9%. A IF se mostrou mais sensível que a FC, sendo o risco de se encontrar um resultado positivo na IF quando esse era negativo ou duvidoso na FC estimado como sendo 15 vezes maior que o risco de se encontrar um resultado positivo na FC quando esse era negativo ou duvidoso na IF. A segurança das provas sorológicas aumentam quando se consideram os resultados duvidosos ou anticomplementares como positivos.
Em outro grupo de candidatos a doador que já haviam doado sangue anteriormente, 450 tinham de uma a seis reações de FC prévias feitas em outro laboratório. Desses encontraram-se 10 indivíduos (2,2%) com reação positiva ou duvidosa em pelo menos uma oportunidade, o que mostra a relatividade da seleção de doadores apenas pela reação sorológica, discute-se a utilização alternativa da violeta de genciana pelos serviços de hemoterapia.


ABSTRACT

The complement fixation reaction (CF) and indirect immunofluorescence (IF) were used to test serum from 3,000 potential blood donors at the Blood Bank of the University Hospital, Londrina, Parano State, Brazil. A total of 7.4% of positive serological reactions was the results of the two tests being concordant in 97.1% and discordant in 2.9%. The IF test was more sensitive than CF; positive results by IF with negative or doubtful results by CF were 15 times more frequent than positive results by CF with negative or doubtful results by IF. Judging by the results of the two tests, the security of selection of acceptable blood samples was greater when doubtful results or anti complementary sera were considered positive.
In another group of volunteer candidates for blood donation who had donated blood on other occasions, 450 had had one to six CF tests carried out in other laboratory. Of these, 10 (2.2%) had had doubtful or positive reactions in one or more of these previous tests but had been accepted as potential donors at the time of the present study. These results demonstra te the relative nature of the process of donor selection on the basis of serological reactions. The alternative utilization of gencian violet by hemotherapy services is discussed.


 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. X^AMATO NETO, V.; MOLINARI, H.E.; SIQUEIRA, A.F. Á LUCAS, R.S. – Análise, por meio de fixação do complemento, do risco de aquisição da doença de Chagas através de hemoterapia, por parte de pacientes politrans-fundidos. Rev. Goiana Med. 27:1-9, 1975.         [ Links ]

2. ARAÚJO, F.C. & BATISTA, S.M. – Observações sobre os testes de fixação de complemento e imunofluorescênciia indireta em Doença de Chagas. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo, 11:104-110, 1969.         [ Links ]

3. BALDY, J.L.S.; TAKAOKA, L.; PASSOS, J.N.; MOCELIN, A.J.; CHIEFFI, P.P. & GOMES, A.C. — Doença de Chagas pós-transfusional: apresentação de três casos. Apresentado ao XII Congresso de Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Belém, 1976.         [ Links ]

4. BALDY, J.L.S.; TAKAOKA, L.; PEREIRA, J.D.; CALIXTO, A.A. ín DUARTE, E.F. — Prevalência da infecção por Trypanosoma cruzi, em 1975, em dois bancos de sangue de Londrina, Paraná, Brasil. Rev. Saúde Publ., São Paulo. 12:409-416, 1978.         [ Links ]

5. BROFMAN, S. — Incidência da doença de Chagas no Norte do Paraná. Arq. Bras. Cardiol. 11:209-210, 1958.         [ Links ]

6. CAMARGO, M.E. — Fluorescent Anti- body teste for the serodiagnosis of American Trypanossomiasis. Technical modification employing preserved culture forms of T. cruzi in a slide test. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo. 8:227-234, 1966.         [ Links ]

7. CAMARGO, M.E. & LESER, P.G. – Diagnóstico acidental de laboratório de infecções chagásicas agudas pós-transfusionais, não suspeitadas. Rev. Assoc. Med. Brasil. 20:335-336, 1974.         [ Links ]

8. CAMARGO, M.E. — Identificações no laboratório clínico de doença de Chagas pós transfusional não suspeitada. Rev. Bras. Pat. Clin. 12:201-203, 1976.         [ Links ]

9. CAMPOS, C.; RESENDE, J.M. & RASSI, A. — Prevalência da doença de Chagas no Banco de Sangue do Hospital das Clínicas de Goiânia. Possibilidade de falha da reação de Guerreiro-Machado na seleção de doadores. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 3:165-174, 1975.         [ Links ]

10. CERISOLA, J.A.; ALVAREZ, M & WEGNER, D. — A comparison of a new antigen from amastigotes of T. cruziand an antigen from epimastigotes for the diagnosis of Chagas disease by the imunofluorescent test. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo. 73:162-166, 1971.         [ Links ]

11. CERISOLA, J.A.; RABINOVICH, A.; ALVAREZ, M.; Di CORLETO, C.A. & PRUNEDA, J. — Enfermidad de Chagas y la transfusion de sangre. Bol. Of. Sanit. Panamer. 63:203-221, 1972.         [ Links ]

12. COTARELLI, D.A.; BLANCO, D.H.; SILVA, F.C. < * ELLAKKIS, F. – Dados sobre o estado atual da “Doença de Chagas” em Londrina. Rev. Pat. Trop. 4:421-429, 1972.         [ Links ]

13. FREITAS, J.L.P. & ALMEIDA, J.O. de — Nova técnica de F.C. para moléstia de Chagas. Reação quantitativa com antígeno gelificado de culturas de T. círuzi. Hospital (Rio) 55:787-800, 1949.         [ Links ]

14. FREITAS, J.L.P.; BIANCALANA, A.; AMATO NETO, V.; NUSSENZWEIG, V.; SONNTAG, R. & BARRETO, J.G. — Primeiras verificações de transmissão acidental da moléstia de Chagas no homem por transfusão de sangue. Rev. Paulista Med. 40:36-40, 1952.         [ Links ]

15. JATENE, A.D. & JACOMO, R. – Doença de Chagas e transfusão de sangue. Rev. Goiana Med. 5:23-30, 1959.         [ Links ]

16. MAGNAN$I, M.A.C.; FERRIOLLI FILHO, i* SIQUEIRA, A.F. – Imunoglobulinas específicas (Ig A, Ig G e Ig M) em soros de chagásicos crônicos verificados por reações de imunofluorescência indireta. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo. 15:72-75, 1973.         [ Links ]

17. PRATA, A.; MAYRINK, W.; SODRÉ, A.G. & ALMEIDA, J.O. — Discrepâncias relativas entre resultados de reação de Guerreiro-Machado, executados em três diferentes laboratórios. Rev. Pat. Trop. 4:-35-38, 1975.         [ Links ]

18. RASSI, A.; AMATO NETO, V. & SIQUEIRA, A.F. — Comportamento evolutivo da reação de fixação do complemento na fase crônica da moléstia de Chagas. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo. 11:430-435, 1969.         [ Links ]

19. SALGADO, A.A.; MAYRINK, W.E. & DIAS, J.C.P. — Estudo comparativo entre a reação de fixação do complemento com Ag benzeno cloroformado e metílico e o xenodiagnóstico. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo. 12:36-40, 1970.         [ Links ]

 

 

Recebido para publicação em 8-10-1977.

 

 

* Trabalho realizado no Setor de Imunologia do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná da Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil.