Home » Volumes » Volume 9 January/February 1975 » Prevalência de Isospora em cães de diferentes áreas da cidade do Rio de Janeiro *

Prevalência de Isospora em cães de diferentes áreas da cidade do Rio de Janeiro *

Ana Maria Jansen FrankenI; Márcio José de FigueiredoII; Sérgio Gomes CoutinhoIII

I Bolsista do Conselho Nacional de Pesquisa no IPCB II Médico Veterinário do Instituto Estadual de Medicina Veterinária da GB IIIProf. - Titular na Área de Ciências Biológicas do IPCB DA FIOCRUZ

DOI: 10.1590/S0037-86821975000100007


RESUMO

Foi examinado um total de 222 cães, sendo que 197 eram cães de rua apreendidos nas áreas suburbanas e rurais do Rio de Janeiro e 25 eram animais de estimação, mantidos em residências (apartamentos) nas zonas Centro e Sul da cidade.

Do total de 197 cães de rua, foram encontrados 49 (24,87%) parasitados por coccidios do gênero Isospora, sendo que 6 deles (3,04%) eram parasitados por I. canis e 43 (21,83%) por I. rivolta.

Nos 43 casos de parasitismo por I. rivolta foi encontrada nas fezes uma alta percentagem de esporocistos livres com 4 esporozoitos (35 casos, representando 81,4%).

As fezes foram coletadas diretamente do reto e a técnica empregada para o exame do material foi a centrífugo-flutuação em sulfato de zinco.

Entre os 25 cães de estimação não foi encontrado nenhum caso de parasitismo por Isospora sp.

Os valores médios para os diâmetros maior e menor das formas de Isospora sp. encontradas foram de 38,63μ x 31,93μ. para oocistos de I. canis; 23μ x 18,94μ. para oocistos de I. rivolta e, 19,94μ x 10,05μ para os esporocistos de I. rivolta, encontrados livres nas fezes.

Não foi diagnosticado nenhum caso de I. bigemina.

Entre todos os casos positivos foram encontrados apenas 3 casos de infecção maciça nos animais. Nos 3 casos, tratavam-se de animais jovens parasitados por I. rivolta.

O teste estatístico de diferença de proporções demonstrou que o sexo e a idade dos animais não tiveram influência na maior ou menor percentagem de cães positivos para Isospora sp, na presente casuística.


SUMMARY

A survey was carried out in order to determine the prevalence of coccidia of the genus Isospora in dogs in Rio de Janeiro.

The collection of faecal samples was performed directly in the rectum. Stools were prepared for examination using the zinc sulphate centrifuge flotation technique.

Out of 222 animais examined, 25 were pet dogs kept in apartments in the central and southem areas of the city. None of them was found to be infected by Isosipora sp.

The remaining 197 dogs were strays, of which 49 (24,87%) were infected by coccidia of the genus Isospora; of these 6 (3,04%) were identified as I. canis and 43 (21,83%) as I. rivolta. No case of I. bigemina was detected.

Among the I. rivolta cases, there was a high proportion of free sporocysts (35 cases, representing 81,4%).

The average size of the largest and smallest diameters of the cysts found were 38,63μ 31,93μ for the oocysts of I. canis, and 23μ x 18,94μ for the oocysts of I. rivolta. Sporocysts of I. rivolta were found to measure an average 14,94μ x 10,05μ.

Among all positive cases, three had massive infection, which were young dogs parasitized by I. rivolta.

In the present study neither sex nor age were shown to have a statistical influence of the parasitism by Isospora sp.


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AMARAL, V.; AMARO, R.G. & BIRGEL, E.H. – Sobre a presença de Isospora felis Wenyon, 1923 (Protozoa: Eimeridae Poche, 1913) em Canis familiaris em São Paulo. Arq. Inst. Biol. São Paulo, 31: 101, 1964.         [ Links ]

2. BEARUP, A.J. – The coccidia of carnivores in Sydney. Austral. Vet. J. 30: 185, 1954.         [ Links ]

3. BURROWS, R.B. & LILLIS, W.G. – Intestinal Protozoan Infections in Dogs. Jour. Am. Vet. Med. Ass. 150: 880, 1967.         [ Links ]

4.  CARNEIRO, J.R., PINHEIRO, Z.B., PEREIRA, E. & FERNANDES, W.J. – Ocorrência de Isospora bigemina Stiles, 1891 em “Canis Familiaris” de Goiania. Rev. Pat. Trop. 2: 217, 1974.         [ Links ]

5. CATCOTT, E.J. – The incidence of Intestinal Protozoa in the Dog. J. Am. Vet. Med. Assoc. 108: 34, 1946.         [ Links ]

6. CHOQUETTE, L.P. & GELINAS, L. de G. The incidence of Intestinal Nematodes and Protozoa in Dogs in the Montreal District. Can. J. Comp. Med. Vet. Sci. 14: 33, 1950.         [ Links ]

7. COSTA, H.M.A. & FREITAS, M.G. – Isospora felis Wenyon, 1903 e Isospora rivolta (Grassi, 1879) em cães de Belo Horizonte. Arq. Esc. Sup. Vet. MG, 12: 127, 1959.         [ Links ]

8. DEANE, M.P., SOGORB, P., JAMRA, L.S. & GUIMARÃES, E.G. – On the Gametogonic cycle of T. gondii. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo, 13: 110, 1971.         [ Links ]

9. EHRENFORD, F.A. – The incidence of some common canine intestinal paratises. J. Parasit. 39 (suppl): 34, 1953.         [ Links ]

10. FRENKEL, J.K. – Pursuing Toxo­plasma (Editoriais). J. Infect. Dis. 122: 553, 1970.         [ Links ]

11. FRENKEL. J.K., DUBEY, J.P. & MILLER, N.L. – Toxoplasma gondii en cats, fecal stages identified as coccidian oocysts. Science, 167: 883, 1970.         [ Links ]

12. GRASSNER, F.X. – Studies in Canine Coccidiosis. J. Am. Vet. Med. Ass. 96: 225, 1940.         [ Links ]

13. HUTCHISON, W.M., DUNACHIE, J.F., SIIM, J. & WORK, K. – Coccidian like nature of Toxoplasma gondii. Br. Med. J. 1: 142, 1970.         [ Links ]

14. HUTCHISON, W.M. & WORK, K. – Observations on the faccal transmission of T. gondii. Acta. Path. Microbiol. Scana. 77: 275, 1969.         [ Links ]

15. JANITSCHKE, K. & WERNER, R. – Untersuchungen über die wirtsszifität des geschlechtlichen entwicklungszykus von T. gondii. Z. Parasitenk, 39: 247, 1972.         [ Links ]

16. LEVINE, N.D. & IVENS, V. – Isospora species in the Dog. Journal oj Parasit 51: 859, 1965.         [ Links ]

17. LEE, C.D. – The pathology of Cocciidosis in the Dog. J. Am. Vet. Med. Ass. 85 : 760, 1934.         [ Links ]

18. MILLER, N.L., FRENKEL, J.K. & DUBEY, J.P. – Oral infections with Toxoplasma cysts an doocysts in felines, other mammals and in Birds. J. Parasitol. 58: 928, 1972.         [ Links ]

19. NEMESÉRI, L. – Beitrage zur Atiologie der Coccidiose der Hunde. I. Isospora canis sp. Acta. Vet. Acad. Sci. Hung. 10: 95, 1959.         [ Links ]

20. NERY-GUIMARÃES, F. & LAGE, H.A. – Prevalência e ciclo evolutivo de Isospora felis (Wenyon, 1923) e I. rivolta (Grassi, 1879). Mem. Inst. Osw. Cruz, 71: 43, 1973.         [ Links ]

21. OVERDULVE, J.P. – The identity of Toxoplasma, Nicolle & Manceaux 1909 with isospora, Schneider, 1881. Proc. Koninkl. Nederl. Akad. Wetensch. Amsterdam – Ser. C. 73: 129, 1970.         [ Links ]

22. ROCHA, E.M. & LOPES, C.W.G. – Comportamento da I. canis, I. rivolta e I. felis em infecções experimentais em cães e gatos. Arq. Univ. Fed. Rur. Rio de Janeiro, 1: 65, 1971.         [ Links ]

23. SHAH, H.L. – Isospora species of the cat and attempted transmission of I. felis Wenyon, 1923 from the cat to the dog. J. Protozool. 17: 609, 1970.         [ Links ]

24. WALLACE, G.D. – Isolation of Toxoplasma gondii from the feces of naturally infected cats. J. Infect. Dis. 124: 227, 1971.         [ Links ]

25. WORK, K. & HUTCHISON, W.M. – The new cyst of Toxoplasma gondii. Acta. Path. Microbiol. Scan. 77: 414, 1969.         [ Links ]

 

 

Recebido para publicação em 17-12-74.

 

 

* Trabalho do Instituto Presidente Castello Branco (IPCB) da FIOCRUZ