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Tratamento da esquitossomose mansoni pela oxamniquine em dose única, pela via oral

Aluizio PrataI; Liana LauriaI; José Fernando M. FigueiredoII; Plínio Garcez de SennaIII

IProfessor de Medicina Tropical da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília IIProfessor de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia IIIProfessor de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia

DOI: 10.1590/S0037-86821976000300004


RESUMO

A oxamniquine em cápsulas foi usada no tratamento de 132 doentes com esquistossomose mansoni crônica, sendo 129 com a forma hepato-intestinal e 3 com a forma hepato-esplênica. A dose foi de 10 mg por quilo de peso corporal em 34 pacientes, 12.5 mg em 35 e 15 mg em 63. A tolerância foi excelente em 43,2% dos tratados, boa em 48,5% e satisfatória em 8,3%. As queixas mais freqüentes foram tonturas e sonolência, que aparecem logo após a ingestão da droga e são fugazes. Os exames de laboratório mostraram em um ou outro paciente somente discreta retenção de bromosulfaleina, aumento de transaminase e da bilirrubina, insuficientes para caracterizar uma hepatoxicidade evidente.
O seguimento dos pacientes se prolongou por mais de quatro meses e constou de pelo menos cinco exames de fezes pelo método de sedimentação. Todos os exames foram negativos em 20 (66,66%) pacientes que tomaram 10 mg, em 13 (56,52%) que tomaram 12.5 mg e em 41 (89,13%) que tomaram 15 mg. Excluindo-se os menores de 16 anos subiu a 95% a negatividade entre os que foram tratados com 15 mg.


ABSTRACT

Oxamniquine in capsules was used in the treatment of 132 patients with chronic Schistosoma mansoni infections. 129 having the hepato intestinal form and 3 the hepato splenic form. The dose was 10mg per kiio body weight in 34 patients, 12.5mg in 35 and 15mg ip 63. The tolerance was excellent in 43.2% of those treated, good in 48.5% and satisfactory in 8.3%. The most frequent complaints were dizziness and somnolence which appear soon after ingestion and was transitory. Laboratory investigations showed in a few patients bromosutphalein retention, raised transaminases or biiirubin but insufficient to constitute hepatoxicity.
The follow-up of the patients continued for more than 4 months and consisted of five or more examinations by a sedimentation method. AH the examinations were negative in 20 (66.66%) patients who took lOmg, in 13 (56.52%) who took 12.5mg and in 41 (89.13%) who took 15mg. Excluding children of iess than 16 years the cure rate rises to 95% among patients treated with 15mg.


 

 

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Recebido para publicação em 22-3-76