Oto G. MourãoI; Egler ChiariII
IProf. Adjunto do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG IIProl. Adjunto, e Pesquisador do C. P. "René Rachou", INERu, FIOCRUZ
RESUMO
Foram realizadas hemoculturas seriadas, semeando-se 0,2 ml de sangue de pacientes com Doença de Chagas na fase crônica, em cada um de 14 tubos de ensaio contendo 6 ml de meio LIT. o exame foi repetido por 3 dias consecutivos, obtendo-se um total de 42 tubos semeados, correspondentes a uma série. A colheita do material foi repetida 30 e 60 dias após. As hemoculturas foram mantidas a 28°C e examinadas com 30, 45 e 60 dias.
Dos 1337 tubos semeados 54 apresentaram-se positivos, observando-se que a maior freqüência de tubos positivos ocorreu após 45 dias de incubação, o que permitiu o diagnóstico parasitológico de 13 entre 15 pacientes examinados (86,6%).
A hemocultura seriada em. meio LIT deve ser considerada como uma técnica a ser utilizada na triagem de pacientes para ensaios clínicos ou outros tipos de pesquisas que indiquem a necessidade de prévio diagnóstico parasitológico. Por ser um método trabalhoso e demorado não é possível recomendar o seu emprego em diagnóstico de rotina.
ABSTRACT
Serial hemocultures were made on blood from 15 Chagas’ Disease patients using a modification of the technic described by Albuquerque et al (1). Warren’s médium was substituted by “LIT” – (“Liver-infusion tryptose”) medium.
0. 2 ml of blood from each patient was added to each one of 14 culture tubes each containing 6 ml of “LIT” medium on 3 consecutive days. The whole process was repeated 3 times at 30 days interval. 54 positive tubes (4,0%) were obtained. These results gave a positive parasitological diagnosis in 13 out of the 15 patients (86,6%).
The results obtained demonstrated that there is a residual blood parasitemia in patients with chronic Chagas’ disease but that there are also variations in the parasitemia of different individuais. Serial hemocultures has been found to be a reliable diagnostic method although very time consuming and its effectiveness is proportional to the number of isolations made from a patient.
Texto completo disponível apenas em PDF.
Full text available only in PDF format.
BIBLIOGRAFIA
1. ALBUQUERQUE, R. D. R., FERNANDES, L. A. R., FUNAYAMA. G. K. FERRIOLLI, F. F. & SIGUEIRA, A. F. – Hemoculturas seriadas com o meio de Warren em pacientes com reação de Guerreiro-Machado positiva. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo, 14: 1-5, 1972, [ Links ].
2. CAMARGO, E. F. – Growth and differentiation in Trypanosoma cruzi. I. Origin of metacyclic trypanosomes in liquid media. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 6: 93-100, 1964. [ Links ]
3. CERISOLA, J. A., DEL PRADO, C. E., ROHWEDDER, R. & BOZZONI, J. P. Blastocrithidia triatominae n. sp. found in Triatoma infestans from Argentina. The J. Protozool. 18: 503-506, 1971. [ Links ]
4. CHIARI, E. & BRENER, Z. – Contribuição ao diagnóstico parasitológico da dcença de Chagas na sua fase crônica. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 8: 134-138, 1966. [ Links ]
5. FERNANDES, J. F. & CASTELLANI, O. – Perspectiva de vacinação contra moléstia de Chagas. XVI Reunião ANUAL da S.B.P.C., Ribeirão Preto SP, 1964. [ Links ]
6. NEAL, R. A. – Superiority of the culture technic over xenodiagnosis for detection of trypanosomes in Chagas’ disease. IX International Congress of Tropical Medicine and Malaria. Athens, Volume I, 14-21, October, 1973. [ Links ]
7. PEDREIRA DE FREITAS, J. L. – Contribuição para o estudo do diagnóstico da moléstia de Chagas por processos de laboratório. Tese. Fac. Med. Univ. São Paulo, 1947. [ Links ]
8. PIFANO, F. C. – El diagnostico parasitológico de la enfermidad de Chagas en fase crônica. Estúdio comparativo entre gota gruessa, el xenodiagnostico, el hemocultivo y las inoculaciones experimentales en animales sensibles.Arch. Venez. Patol. Trop. & Parasit. Med. 2: 146-151, 1954. [ Links ]
9. SCHENONE, H. et al. – Valor dei xenodiagnostico en la infescion Chagasica crônica. Bol. Chil. Parasit. 23: 149-154, 1968. [ Links ]
Recebido para publicação em 18.4.75.
Trabalho realizado no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Serviço de Investigação da Doença de Chagas sob a direção do Prof. J. Romeu Cançado e Departamento de Zoologia e Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.
Recursos Proc. 10610 CNPq, TC 46 Doenças de Chagas, e da Fundação de Amparo as Pesquisas Parasitológicas.