Home » Volumes » Volume 22 January/March 1989 » Hemocultures for the parasitological diagnosis of human chronic Chagas’ disease

Hemocultures for the parasitological diagnosis of human chronic Chagas’ disease

Egler ChiariI;João Carlos Pinto DiasII; Marta LanaIII; Clea Andrade ChiariI

IUniversidade Federal de Minas Gerais IIFundação Oswaldo Cruz, Universidade Federal de Minas Gerais e SUCAM (Divisão de Doença de Chagas) IIIUniversidade Federal de Ouro Preto.

DOI: 10.1590/S0037-86821989000100004

ABSTRACT

With the purpose of standardization of an hemoculture technique presenting a higher positive rate in the parasitological diagnosis of chronic Chagas’ disease in patients with reactive serology (IFT, HA, CFT) the following schedule was used. Thirty ml of venous blood was collected with heparin and the plasma was separated by centrifugation (2.000 rpm/30′). The packed cells were washed with LIT medium or PBS which was then removed by centrifugation (2.000 rpm/15′). This material was sampled in 6 screw-tubes 18×200 with 6 ml of LIT medium and incubated at 28°C. These incubated cultures at 28°C were examined after 15, 30, 45 and 60 days. When the hemoculture was not immediately processed after blood collection, the plasma was removed and the sediment enriched with LIT medium and preserved at 4°C. The Xenodiagnosis was performed according to Schenones method used here as a reference technique.
Among the various groups of patients examined by both techniques the best results obtained were: 55.08% ofpositivity for hemocultures against 27.5% forxenodiagnosis (X2 = 4.54, p = 0.05), with a tubepositivity of 26.6%.
Recommendation for screening trials of drug assays is the repetition of method on a same patient 2 or more times in different occasions, as used in xenodiagnosis.

Keywords: Chagas’ disease. Parasitological diagnosis. Hemoculture and xenodiagnosis. Trypanosoma cruzi.


RESUMO

Objetivando a padronização de uma técnica de hemoculturas que apresente maior taxa de positividade no diagnóstico da fase crônica da doença de Chagas em pacientes com sorologia reativa (TIF, HA, RFC) utilizamos o seguinte esquema: o volume de 30ml de sangue foi colhido heparinizado e o plasma separado por centrifugaçao (200 rpm/30′); o sedimento foi lavado com meio LIT ou salina fisiológica tamponada e removido por nova centrifugação (2000 rpm/15); as células sedimentadas foram distribuídas em 6 tubos tipo “screw” 18 x 200 contendo 6,0 ml de meio LIT; as culturas incubadas a 28°C, foram examinadas após 15, 30, 45 e 60 dias; quando a hemocultura não foi processada imediatamente após a colheita de sangue, o plasma foi removido e o sedimento, adicionado de meio LIT, conservado a 4°C; o xenodiagnóstico (Schenone) realizado no mesmo dia da colheita do sangue foi utilizado como técnica de referência.
Entre os vários grupos de pacientes examinados, os melhores resultados forneceram uma positividade de 55,0%para hemocultura contra 27,5% de xenodiagnósticos positivos (X2 = 4,54; p = 0,05), com positividade/tubo de 26,6%. A conservação do material a 4°C durante 48-72 horas não alterou o percentual de positividade. A positividade dos tubos de hemoculturas mostrou uma redução de 18,0para 7,2% quando o plasma não foi removido logo após a colheita do sangue, e mantidas por 24-48 horas a 4°C antes da técnica ser processada. É provável que isto se deva à ação lítica de imunoglobulinaspresentes no plasma, ou ao potencial macrofágico dos linfócitos.
Recomendamos: (a) a realização de duas ou mais hemoculturas do mesmo paciente com a finalidade de aumentar a positividade, principalmente em condições de campo e em áreas onde os pacientes crônicos apresentam baixos níveis de parasitemia; (a) o emprego desta técnica na triagem de pacientes e no controle parasitológico de cura, em ensaios clínico-terapéuticos; (c) a execução deste método em outros laboratórios com a finalidade de comprovara viabilidade de seu emprego no diagnóstico de rotina utilizando o meio LIT ou Warren.

Palavras-chave: Doença de Chagas. Diagnóstico parasitológico. Hemocultura e xenodiagnóstico. Trypanosoma cruzi.


 

 

Full text available only in PDF format.

Texto completo disponível apenas em PDF.

 

 

REFERENCES

1. Albuquerque RDR, Fernandes LAR, Funayama GH, Ferriolli Filho F, Siqueira AF. Hemoculturas seriadas com o meio de Warren em pacientes com reação de Guerreiro-Machado positiva. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 14: 1-5, 1972,         [ Links ]

2. Cançado JR Brener Z. Terapêutica. In: Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas (Brener, Z. & Andrade, Z.), pp. 362-422. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1979.         [ Links ]

3. Cerisola JA. El xenodiagnostico. International Symposium on New Approaches in American Trypanosomiasis Research Pan American Health Organization. Belo Horizonte, Brazil, 18-21 March, Scientific Publication n.° 318, 1975.         [ Links ]

4. Chiari E, Brener Z. Contribuição ao diagnóstico parasitológico da doença de Chagas na sua fase crônica. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 8: 134-148, 1966.         [ Links ]

5. Chiari E, Lana M, Dias JCP. Crescimento e inibição do Trypanosoma cruzi em hemoculturas de pacientes na fase crônica da doença de Chagas. XIV Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical de João Pessoa, Paraíba, 1978.         [ Links ]

6. Chiari E, Dias JCP. Nota sobre uma nova técnica de hemocultura para diagnóstico parasitológico na doença de Chagas na sua fase crônica. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 9: 133-136, 1975.         [ Links ]

7. Freitas JLP. O diagnóstico de laboratório da moléstia de Chagas. Revista Clinica de São Paulo 28: 1-20, 1952.         [ Links ]

8. Galvão LMC, Cançado JR, Brener Z, KretÜi AU. Hemoculture repeatedly negative in humans with Chagas’ disease displaying negative complement-mediated lysis tests after specific treatment suggest cure in infection. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (suppl.) 81:111, 1981. Proceeding of the XIII Annual Meeting on Basic Research in Chagas’ Disease. Caxambu, Brazil, nov. 1986.         [ Links ]

9. Minter-Goedbloed E. Hemoculture compared with xenodiagnosis for the detection of T. cruzi infection in man and in animals. In: New Approaches in American Trypanosomiasis Research. Proceedings of an International Symposium (Belo Horizonte, 1975). PAHO, Scientific Publication n.° 318 (Washington), p. 245-252, 1976.         [ Links ]

10. Morel CM, Chiari E, Camargo EP, Mattei DM, Romanha AJ, Simpson L. Strains and clones of Trypanosoma cruzican be characterized by pattern of restriction endonuclease products of kinetoplast DNA minicircles. Proceeding N ational Academy Sciences USA 77:6810- 6814, 1980.         [ Links ]

11. Mourão OG, Chiari E. Comprovação parasitológica na fase crônica da doença de Chagas por hemoculturas seriadas em meio LIT. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 5: 215-219, 1975.         [ Links ]

12. Mourão OG, Mello OC. Hemocultura para o diagnóstico parasitológico na fase crônica da doença de Chagas. ; Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 9: 183-188, 1975.         [ Links ]

13. Neal RA. Superiority of the culture technique over xenodiagnosis for detection of trypanosomes in Chagas’ disease. In: International Congress of Tropical Medicine and Malarial, Athens, Annals, p. 56, 1973.         [ Links ]

14. Neal RA, Miles RA. The sensitivity of cultures methods to detect experimental infections of Trypanosoma cruziand comparison with xenodiagnosis. Revista do Institute) de Medicina Tropical de São Paulo 19:170-176,1977a.         [ Links ]

15. Neal RA, Miles RA. The number of tripomastigotes of Trypanosoma cruzi required to infect Rhodnius prolixus. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 19: 177-181, 1977.         [ Links ]

16. Pifano FC. El diagnóstico parasitológico de la enfermedad de Chagas en fase crónica. Estúdio comparativo entre la gota gruesa, el xenodiagnóstico, el hemocultivo y las inoculaciones experimentales en animales sensibles. Archivos Venezolanos de Patologia Tropical 2: 89-120, 1954.         [ Links ]

17. Romanha AJ, Silva Pereira AA, Chiari E, Kilgour R. Isoenzymes patterns in Trypanosoma cruzi comparative. Biochemistry and Phisiology 62B: 139-142, 1979.         [ Links ]

18. Schenone H, Alfaro E, Reyes H, Taucher E. Valor del xenodiagnóstico en la infección chagásica crónica. Boletín Chileno de Parasitologia 23: 149-154, 1968.         [ Links ]

19. Schenone H, Alfaro E, Rojas A. Bases y rendimiento del xenodiagnóstico en la infección chagásica humana. Boletín Chileno de Parasitologia 29: 24-26, 1974.         [ Links ]

20. Warren LG. Metabolism of Schizotrypanum cruzi Chagas. I. Effect of culture, age and substrate concentration on respiratory rate. Journal of Parasitology 46: 529-39, 1960.         [ Links ]

 

 

 Adress to correspondence:
Prof. Egler Chiari. Depar tamento de Parasitologia/ICB.
CP: 2486
30161
Belo Horizonte, MG – Brasil.

 

 

Recebido para publicação em 16/4/88.

 

 

Financiado em parte pelo CNPq, FINEP.