Dalva N. da C. BentoI; Ana Z. C. L BrancoII; Marise R. FreitasIII; Artur da S. PintoIII
IDepto de Biologia, CCN, Universidade Federal do Piauí IIDepto Biomédico, CCN, Universidade Federal do Piauí IIIDepto de Medicina Comunitária, CCS, Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí
ABSTRACT
The triatomine species Rhodnius nasutus and Triatoma pseudomaculata were captured on palm trees Orbignya martiana “babaçu “, in the urban zone of Teresina. This kind of palm tree is largely distributed in Piauí State. The predominant species was R. nasutus; the young in stars predominated. The infestation index of palm trees and the infection index of triatomines by flagellates were 96.0 ana 29.1%, respectively. Marsupiais, bats and a rodent were captured in palm trees. The flagellates found in both triatomines ana marsupiais were morphologically and biologically indistinguishable from Trypanosoma cruzi. Forty seven percent (481/1,025) of triatomines were found concentrated in six palm trees where marsupiais circulated. Of the total of 1,025 triatomines 230 (22%) were infected by flagellates and 53.0% (123/230) of these infected triatomines were present in the same six palm trees. No evidence of triatomine domiciliation or human transmission was observed in the houses in the vicinity of palm trees. The results suggest that marsupiais play an important role in the life-cycle of T. cruzi in this region. The natural focus of Chagas’ disease, demonstrated in the present study could represent a potential epidemiological threat.
Keywords: Chagas’ disease. Epidemiologic studies. Vectors. Reservoirs. Triatomines. Orbygnya martiana.
RESUMO
As espécies de triatomíneos Rhodnius nasutus e Triatoma pseudomaculata foram capturados em palmeiras Orbignya martiana “babaçu”, situadas na zona urbana de Teresina. Este tipo de palmeira é largamente distribuída no Estado do Piauí. R. nasutus foi a espécie predominante. O índice de infestação das palmeiras e o índice de infecção dos triatomíneos por flagelados foram 96.0 e 29.1%, respectivamente. O estádio de ninfa predominou entre os triatomíneos capturados. Em algumas palmeiras, foram capturados marsupiais, morcegos e um roedor. Os flagelados encontrados tanto nos triatomíneos como nos marsupiais eram morfologicamente e biologicamente indistinguíveis do Trypanosoma cruzi Quarenta e sete porcento (481/1.025) foram encontrados em seis palmeiras onde marsupiais circulavam. De um total de 1.025 triatomíneos 230 (22%) estavam infectados por flagelados e 53.0% (123/230) destes triatomíneos infectadosforam também capturados nas mesmas seis palmeiras. Não foi observada evidência de domiciliação de Viatomíneos ou da transmissão da doença de Chagas nas residências próximas às palmeiras. Os resultados sugerem que os marsupiais desempenham papel importante no ciclo do protozoário nesta região. Um foco natural da doença de Chagas, como o demonstrado no presente estudo, representa uma ameaça epidemiológica em potencial.
Palavras-chave: Doença de Chagas. Estudo epidemiológico. Vetores. Reservatórios. Triatomíneos Orbignya martiana.
Full text available only in PDF format.
Texto completo disponível apenas em PDF.
REFERENCES
1. Alencar EJ, Bezerra OF. Estudo sobre a epidemiologia da doença de Chagas no Ceará. XXIV. Ecologia de triatomíneos no município de Crato. Triatomíneos de palmeiras. In: Resumos do V. Congresso Brasileiro de Parasitologia, Rio de Janeiro, p. 29, 1980. [ Links ]
2. Barretto MP, Carvalheiro JR. Estudos sobre reservatórios e vectores silvestres do Trypanosoma cruzi. XII. Inquérito preliminar sobre triatomíneos silvestres no município de Uberaba, Minas Gerais. Revista Brasileira de Biologia 26: 5-14, 1966. [ Links ]
3. Barretto MP, Albuquerque RDR, Funayama GK. Estudos sobre reservatórios e vectores silvestres do Trypanosoma cruzi. XXXVI. Investigações sobre triatomíneos de palmeiras no município de Uberaba, MG, Brasil. Revista Brasileira de Biologia 29: 577-589, 1969. [ Links ]
4. Barretto MP. Ecologia de triatomíneos e transmissão do Trypanosoma cruzi, com especial referência ao Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 6: 339-353, 1976. [ Links ]
5. Barretto MP, Ribeiro RD, Rocha GM. Estudos sobre reservatórios e vectores silvestres do Trypanosoma cruzi. LXIX. Inquérito preliminar sobre triatomíneos silvestres na Região do Triângulo Mineiro, MG, Brasil. Revista Brasileira de Biologia 38: 633-637, 1978. [ Links ]
6. Barretto MP. Epidemiologia. In: Brener Z, Andrade Z (ed) Trypanosoma cruzi e doença de Chagas, 1st edition, Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, p. 89-151, 1979. [ Links ]
7. Deane LM. Animal reservoirs of Trypanosoma cruzi in Brazil. Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais 16: 27-48, 1964. [ Links ]
8. Forattini OP. Biogeografia, origem e distribuição da domicialiação de triatomíneos no Brasil. Revista de Saúde Pública 14: 265-299, 1980. [ Links ]
9. Forattini OP, Barata JMS, Santos JLF, Silveira AC. Hábitos alimentares, infecção natural e distribuição de triatomíneos domiciliados na Região Nordeste do Brasil. Revista de Saúde Pública 15: 113-164, 1981. [ Links ]
10. Freitas JLP. Observações sobre xenodiagnóstico praticados em reservatórios domésticos e silvestres do Trypanosoma cruzi em localidade endêmica da moléstia de Chagas. Hospital 38: 521-529, 1950. [ Links ]
11. Gamboa Cuadrado J. Comprobacion de Rhodnius prolixus extradomiciliario en Venezuela. Boletin de la Oficina Sanitaria Panamericana 1: 18-25, 1963. [ Links ]
12. Hoare CA. Reservoir host and natural foci of human protozoal infections. Acta Tropica 19: 281-317, 1962. [ Links ]
13. LentH, JurbergJ. O gênero “Rhodnius” Stàl, 1859, com um estudo sobre a genitália das espécies (Hemiptera, Reduviidae, Triatominae). Revista Brasileira de Biologia 29: 487-560, 1969. [ Links ]
14. Miles MA. Distribution and importance of triatominae as vectors of T. cruzi American trypanosomiasis research, P.A.H.O. Scientific publication no. 318. Washington, p. 48-53, 1975. [ Links ]
15. Pifano CF. La dinamica epidemiologica de la enfermedad de Chagas en el Valle de los Naranjos, Venezuela. I. Contribuicion al estúdio de los focos naturales del R. prolixus Chagas, 1909. Archivos Venezolanos de Medicina Tropical y Parasitologia Medica 5: 3-29, 1973. [ Links ]
16. Pinto AS, Bento DNC, Freitas MR, Branco AZCLC. Bat trypanosomes from Piauí State. In: Resumos da IX Reunião Anual sobre Pesquisa Básica em Doença de Chagas, Caxambu, p. 155, 1982. [ Links ]
17. Siqueira AF. Estudos sobre a reação de precipitina aplicada à identificação de sangue ingerido por triatomíneos. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 2: 41-53, 1960. [ Links ]
18. Zeledon R. Los vectores de la enfermedad de Chagas en América. In: Simposio Internacional sobre Enfermedad de Chagas, Buenos Aires, 327-345, 1972. [ Links ]
Recebido para publicação em 5/4/1984.
