Home » Volumes » Volume 8 May/June 1974 » Fauna triatomenae do estado da Bahia, Brasil. VI – prevalência geográfica da infecção dos tratomíneos por T. cruzi *

Fauna triatomenae do estado da Bahia, Brasil. VI – prevalência geográfica da infecção dos tratomíneos por T. cruzi *

Ítalo A. Sherlock; Elizete M. Serafim

DOI: 10.1590/S0037-86821974000300001


RESUMO

Durante os anos de 1957 a 1971 foram coletados 35.588 triatomíneos em domicílios de 11.045 localidades do Estado da Bahia. Entre 29.156 exemplares examinados, 2.354 estavam infectados por tripanasomas do tipo T. cruzi (8%). Entretanto o índice de infecção natural variou de 0 a 100%, dependendo da espécie do triatomíneo e da localidade em que foi coletado. A maioria das localidades com triatomíneos infectados abrangeu aquelas infestadas por P. magistus, e estavam distribuídas com maior densidade no litoral norte do Estado. A espécie de triatomíneo que acusou maior índice de infecção global foi P. megistus (11,4%), vindo em seguida T. infestans (3,4%) e T. brasiliensis (3%). T. rubrofasciata, embora com índice de infecção elevado, foi considerada sem importância, desde que na maior parte era infectada por T. conorhini.

Os Autores julgam que só o encontro de triatomíneos infectados justifica a ação profilática, pois traduz a existência simultânea de portadores humanos de T. cruzi. Chamam a atenção para a importância da disseminação intensa de T. infestans no Estado da Bahia, em vista dos hábitos hematofágicos acentuadamente antropofílicos dessa espécie, ao lado de sua elevada susceptibilidades para infectar com T. cruzi e capacidade de rápida proliferação e colonização intradomiciliar.


SUMMARY

In the period 1957-1971 surveys for triatominae bugs were made in 889,972 dwellings among 11,045 different localities throughout the State of Bahia, Brazil. 35,588 bugs were collected and among 29,156 examined, 2,354 (8%) were infected with trypanosomes considered to be T. cruzi. However, rates of natural infection varied from 0-100% according to species and localities. The highest rates of natural infection were found among P. megistus in the northern littoral areas of the State. Overall rates of infection by species were: P. megistus, 11,4%; T. infestans, 3.4%; T. brasiliensis, 3%. T. rubrofasciata were found often infected with T. conorhini but were not considered important as carriers of T. cruzi.

The Authors consider that the presence of infected domiciliated bugs in the areas investigated implies active transmission of T. cruzi, and that vector control measures should be undertaken.

The active spread of T. infestans in the State of Bahia is emphasized as a matter for particular concern, in view of this species susceptibility to infection, its anthropophilic habits and its capacity to colonize rapidly and stablish high rates of infestation.


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.  ARAGÃO, J. M. B. de, AGUIRE, G. H., LEAL, J. M. & SERAFIM, E. M. – Contribuição ao conhecimento da distribuição geográfica dos triatomíneos domiciliares e seus índices de infecção natural pelo Schizotrypanum cruzino Estado da Bahia. Rev. Brasil. Malar. D. Trop. 7: 409-421, 1955.         [ Links ]

2.  BARRETO, M. P. – Reservatórios e vetores de Trypanosoma cruzi no Brasil. Arq. Hig. Saúde Públ. (São Paulo) 28: 43-66, 1963.         [ Links ]

3.  BUSTAMANTE, F. M. – Distribuição geográfica dos transmissores da doença de Chagas no Brasil e sua relação com certos fatores climáticos. Epidemiologia e profilaxia da enfermidade. Rev. Brasil, Malar. D. Trop. 9: 191-212, 1957.         [ Links ]

4. COSTA, A. L. – Triatomíneos e tripanosomas por eles veiculados em Zona Central da cidade de Salvador, Bahia. Tese. Fac. Med. Univ. Bahia 81 pp, 1955.         [ Links ]

5. FERREIRA, M. – Epidemiologia da doença de Chagas na Bahia. Bol. Hosp. Clínicas Fac. Med. Univ. Bahia. 4: 2-11, 1958.         [ Links ]

6.  LEAL, J. M., SHERLOCK, I. A. & SERAFIM, E. M. – Observações sobre o combate aos triatomíneos domiciliares com BHC em, Salvador, Bahia, Rev. Brasil. Malar. D. Trop. 17: 65-73, 1965.         [ Links ]

7.  PONDÉ, A. et Alli – A Doença de Chagas na Bahia. Arquivo da Universidade da Bahia, Faculdade de Medicina. 1: 333-456, 1947.         [ Links ]

8.  SHERLOCK, I. A. & ALMEIDA, S. P. – Diferença de Susceptibilidade a Infecção com T. cruzi entre espécies de triatomíneos alimentados em cão, tatu e camundongos infectados. Rev. Soc. Brasil. Med. Trop. 7: 87-98, 1973.         [ Links ]

9.  SHERLOCK, I. A. & SERAFIM, E. M. – Fauna Triatominae do Estado da Bahia, Brasil. I – As espécies e distribuição geográfica. Rev. Soc. Brasil. Med. Trop. 6: 263-289, 1972.         [ Links ]

10. SILVA, G. R. da – Doença de Chagas em famílias de duas áreas restritas da cidade do Salvador, Bahia. Tese Faculdade Med. Univ. S. Paulo. 125 pp, 1966.         [ Links ]

 

 

* Trabalho do Núcleo de Pesquisas de Bahia de INERU – FIOCRUZ, com ajuda do Conselho Nacional de Pesquisas.